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Chefe do Banco Central russo: BRICS supera o G7 em participação na economia mundial em 2023

Elvira Nabiúlina também delineou os principais pontos que a Rússia abordará durante sua presidência do bloco econômico.
Chefe do Banco Central russo: BRICS supera o G7 em participação na economia mundial em 2023Gettyimages.ru / Andrea Nicolini

A participação dos membros do BRICS no PIB mundial ultrapassou a participação dos países do G7 em 2023, informou a presidente do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiúlina, em uma entrevista à RIA Novosti.

"As economias do BRICS estão crescendo muito rapidamente. Com a adesão de novos membros, a participação do BRICS na economia mundial aumentou de 31% para 35%, se considerarmos os resultados [do PIB] em paridade de poder de compra em 2023", afirmou a alta funcionária. "E esses números são um pouco mais altos da participação dos países do G7. Portanto, o papel do BRICS no mundo é significativo", enfatizou.

A agenda da Rússia no BRICS

Além disso, Nabiúlina revelou quatro pontos-chave da agenda russa para o bloco econômico em 2024, enfatizando que Moscou continua respeitando o princípio de continuidade e desenvolvimento de iniciativas propostas por outros Estados no período anterior.

"O primeiro é o desenvolvimento na esfera de pagamentos", sublinhou a presidente do Banco Central, agregando que um grupo de especialistas está trabalhando nessa questão, incluindo na criação de moedas digitais e na interação dos sistemas de pagamento. "Este ano, queremos nos concentrar mais nas liquidações em moedas nacionais", acrescentou.

De acordo com a alta funcionária, serão abordadas questões de tecnologia financeira, incluindo a automação de sistemas de identificação transfronteiriça, viabilizando a obtenção de serviços financeiros em outro país do bloco econômico. Além disso, o Banco Central russo quer propor aos outros membros dos BRICS a realização de "exercícios cibernéticos transnacionais" para fortalecer a segurança no setor financeiro.

"O quarto ponto é a agenda de desenvolvimento sustentável e a adaptação das economias às mudanças climáticas. Os países do BRICS estão muito interessados nisso e queremos promover ativamente esse tema", disse Nabiúlina. "Em particular, queremos discutir com nossos colegas como os riscos climáticos podem ser integrados à regulamentação financeira e como desenvolver padrões para títulos verdes de adaptação", concluiu.

Por sua parte, o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, declarou em meados de janeiro que "novos centros de crescimento econômico, poder financeiro e influência política estão surgindo e já se consolidaram, centros que estão significativamente à frente dos EUA e de outros países ocidentais em seu desenvolvimento". A esse respeito, ele destacou que os BRICS simbolizam um mundo multipolar e que agora mais de 30 países estão interessados em aproximar-se do bloco, atraídos pelo seu grande futuro.

Desde 1 de janeiro, com o início da presidência russa do bloco, o BRICS, inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, incluiu cinco novos países: Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Por sua vez, o G7 é composto pelo Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá, França, Japão e Estados Unidos.