Em entrevista ao Poder360 na terça-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descreveu a seca atual como "a pior estiagem dos últimos 94 anos". Segundo ele, ainda não deve haver a falta de energia provocada pela seca, mas o horário de verão pode ser uma ferramenta útil se a situação se agravar.
"Não é uma possibilidade descartada, mas não tem uma decisão ainda", afirmou Silveira, explicando que a introdução da medida poderia aliviar o sistema elétrico do país, reduzindo o consumo da energia à tarde.
"O horário de verão tem o resultado de resolver o problema de despacho de térmica na ponta (pico). Quando perdemos as energias intermitentes, em especial a solar no fim da tarde, coincide com a chegada das pessoas em casa, ligando o ar-condicionado, indo pro banho. Há um pico de demanda e consequentemente uma diminuição de oferta", disse ele na entrevista.
Mesmo que estivesse certo que o horário de verão garantiria a segurança energética, o ministro mencionou durante a entrevista uma dificuldade, que consiste em "não deixar que a oscilação natural do sistema aumente tarifa desnecessariamente".
Horário de verão
- O horário de verão foi introduzido pela primeira vez pelo governo de Getúlio Vargas em 1931. Houve períodos na história do país em que a medida não funcionou, mas de 1985 a 2018 o horário foi utilizado cada ano.
- Em 2019, o governo de Jair Bolsonaro suspendeu o horário de verão.
- O mecanismo visa diminuir o consumo de energia durante horas escuras. Assim, o relógio é adiantado em 1h para as pessoas poderem aproveitar o dia.