A decisão de permitir que Kiev ataque o território russo com armas de longo alcance já foi tomada pelo Ocidente e agora está sendo formalizada pelos veículos de comunicação, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, a repórteres nesta quarta-feira.
"Para todas essas ações, a operação militar especial é a resposta. Cada decisão desse tipo, tomada pelo Ocidente coletivamente e depois imputada à Ucrânia, é uma confirmação adicional da justificativa, da necessidade e da operação militar especial, sem outra alternativa", enfatizou.
Peskov também observou que as tentativas do Ocidente de se "distanciar" do conflito continuam. "Não acreditamos que isso vá funcionar. O envolvimento dos Estados Unidos e dos países europeus no conflito ucraniano é direto, de natureza imediata", disse ele, acrescentando: "Cada novo passo aumenta o grau desse envolvimento, mesmo que não haja mais como aumentá-lo".
Perguntado se uma ligação do presidente dos EUA, Joe Biden, para o presidente russo, Vladimir Putin, poderia encerrar o conflito, Peskov disse que "tal ligação não encerraria nada". "Dissemos repetidamente que a questão pode ser resolvida de várias maneiras se os EUA abandonarem sua política de usar a Ucrânia como material descartável em uma tentativa de suprimir tudo o que tem a ver com a Rússia", disse ele.
"Todos os meios necessários para continuar a operação militar especial"
Dentre outras questões, o porta-voz comentou acerca dos rumores sobre o suposto envio de mísseis balísticos iranianos para a Rússia. "Ouvimos muitas especulações sobre o fornecimento de armas para a Federação Russa. Todas elas são infundadas", disse ele. Nesse contexto, Peskov enfatizou que a Rússia "está desenvolvendo suas relações com vários países" e coopera com eles "em muitas esferas diferentes".
"Continuaremos a cooperar no interesse de nossos países", disse ele. "Quanto ao trabalho das Forças Armadas russas, elas têm um arsenal completo com todos os meios necessários para prosseguir com a operação militar especial", concluiu.