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Promotora de Paris: CEO do Telegram está cooperando com as autoridades judiciais

Laure Beccuau defendeu a ação contra Pavel Durov, indicando que o caso foi "exemplar" em matéria de luta contra o crime cibernético.
Promotora de Paris: CEO do Telegram está cooperando com as autoridades judiciaisAP / Tatan Syuflana

O serviço de mensagens Telegram chamou a atenção dos investigadores franceses por não ter respondido aos pedidos de identificação de vários criminosos cibernéticos que operam na plataforma, afirmou a promotora de Paris, Laure Beccuau, nesta quarta-feira.

Em uma entrevista à rádio RTL France, a promotora disse que o caso contra o CEO do Telegram, Pavel Durov, é exemplar na luta contra o crime cibernético, acrescentando que a Promotoria também estava interessada, durante a investigação, no site "Coco" e no serviço de mensagens criptografadas "Sky ECC", que foi fechado.

"Isso significa que o crime organizado está se espalhando em um mundo que muitas vezes é considerado virtual", enfatizou Beccuau.

A promotora também enfatizou que o Telegram não respondeu a várias solicitações para identificar criminosos cibernéticos, especialmente usuários suspeitos de ligação com pornografia infantil. "Mas a plataforma não reagiu, portanto [...] uma investigação foi iniciada", explicou.

De acordo com Beccuau, Durov está atualmente cooperando "perfeitamente" com as autoridades e está cumprindo sua supervisão judicial.

Prisão do CEO do Telegram

Pavel Durov foi preso em 24 de agosto após descer de seu avião particular na pista do aeroporto Paris-Le Bourget, onde havia chegado do Azerbaijão. Ele foi alvo de um mandado de busca emitido pelas autoridades francesas, que o acusaram de vários crimes relacionados a "conspiração criminosa", bem como de permitir transações ilícitas a gangues organizadas e crimes relacionados a criptografia, fraude ou pornografia, dentre outros delitos.

Sua prisão temporária terminou em 28 de agosto, quando foi acusado e colocado sob supervisão judicial, com a condição de pagar uma fiança de 5 milhões de euros, e de ser proibido de deixar a França.