No Qatar, Janja fala sobre os impactos dos conflitos sobre a população mais vulnerável

"A guerra deixou de ser um confronto entre soldados para se tornar uma atrocidade que tem os civis como suas maiores vítimas", afirmou a primeira-dama.

Nesta segunda-feira, Janja da Silva, primeira-dama do Brasil, discursou em um dos painéis de um evento realizado em Doha, capital do Qatar. 

O evento é dedicado a debates sobre a proteção da educação em zonas de conflito, e contou com a presença de Sheikha Moza bint Nasser - mãe do emir Tamim bin Hamad Al Thani e considerada por muitos como uma das figuras políticas mais importantes do país árabe. 

Em sua intervenção, Janja destacou que o número de conflitos multiplica-se cada vez mais, e ao redor de todo o mundo. Todos eles teriam em comum, no entanto, o fato de que ''a população mais vulnerável, pobre e marginalizada é quem sofre mais".

"A guerra deixou de ser um confronto entre soldados para se tornar uma atrocidade que tem os civis como suas maiores vítimas, principalmente mulheres e crianças", afirmou, destacando que a situação das meninas é "ainda mais dramática", visto que "muitas delas são levadas a abandonar os estudos pelo risco da violência sexual no trajeto para a escola e de serem usadas pelas forças em conflito".

A primeira-dama também evocou o caso do Brasil, observando que operações policiais em comunidades periféricas "impactam enormemente o direito à educação" e "matam dezenas de crianças por ano, vítimas de bala perdida".

"A suspensão de aulas e o fechamento de escolas por dias seguidos criam um déficit educacional significativo para crianças e jovens, sendo que eles já enfrentam desafios devido às desigualdades socioeconômicas e raciais".

Nesse contexto, Janja destacou os feitos do presidente Lula da Silva na área, afirmando que o mandatário "tem discutido o tema para construir diretrizes e normativas para mitigação e reparação da perda de aulas e fechamento de escolas".