Lavrov: UE virou um claro "apêndice" dos EUA e da OTAN

Segundo Lavrov, as exigências da UE por uma política externa e de segurança comum aos novos membros é uma "clara indicação" de que seguir as sanções antirrussas seja um pré-requisito.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que a exigência da União Europeia de que os países candidatos à adesão ao bloco econômico adotem uma política externa e de segurança comum é uma "clara indicação" de que seguir as sanções antirrussas seja um pré-requisito.

Com relação à reação dos países ocidentais à possibilidade da Turquia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aderir ao BRICS, Lavrov comentou que representantes do Ocidente consideraram a ideia "incompatível" com a participação na Organização.

O diplomata também destacou que um representante da Comissão Europeia foi ainda mais direto, afirmando que a adesão à UE é inconciliável com a adesão ao BRICS e vice-versa", e que os candidatos à UE precisam seguir uma política externa e de segurança comum.

"Isso é uma clara exigência de adesão às sanções antirrussas, caso a Turquia deseje se tornar membro da UE", declarou Lavrov à mídia russa RBC, durante o Fórum Econômico Oriental, realizado em Vladivostok, nesta sexta-feira.

Lavrov apontou ainda que o mesmo processo está ocorrendo com a Sérvia.

"Foi dito que as negociações serão retomadas, que a Sérvia faz parte da 'família europeia', mas que é necessário reconhecer a independência do Kosovo e apoiar plenamente as sanções antirrussas", revelou Lavrov, ironizando a "associação democrática", supostamente criada para o desenvolvimento socioeconômico da Europa e o bem-estar de seus cidadãos.

O chanceler afirmou também que a UE se tornou "um claro apêndice dos Estados Unidos" e, mais recentemente, da OTAN.

"A União Europeia assinou um acordo com a aliança, atribuindo à OTAN o papel de liderança em questões militares", ressaltou Lavrov.

Na quarta-feira, a Turquia formalizou sua candidatura a membro pleno do BRICS.