
Lavrov: "Há formas de contornar os obstáculos impostos pelo Ocidente"

Ao responder sobre a nova dinâmica global, o chanceler russo, Sergey Lavrov, destacou que o importante é encontrar maneiras de evitar a dependência do sistema mundial unipolar imposto por Washington e seus aliados.

"Assim como o Ocidente viveu durante séculos às custas das antigas colônias, agora tenta fazer isso de maneira mais 'elegante'", afirmou Lavrov à mídia russa RBC, durante o Fórum Econômico Oriental, realizado em Vladivostok, nesta sexta-feira.
O chanceler ressaltou que há formas de contornar os obstáculos impostos pelo Ocidente, usando os próprios mecanismos e ferramentas da "globalização". Lavrov também observou que um número crescente de nações reconhece que nenhuma está imune às ações ocidentais para preservar seu domínio, como demonstrado nos casos da Rússia, Irã, Venezuela, Coreia do Norte e, cada vez mais, China.
Medidas tomadas contra a China
O diplomata destacou o empenho dos países ocidentais em limitar o desenvolvimento tecnológico e impedir as vantagens competitivas da China, criando tarifas artificialmente altas sobre as importações de carros elétricos chineses.
Lavrov lembrou que, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, isso é feito porque a China fornece produtos muito baratos para a Europa.
"Onde está a concorrência justa, então?", questionou o chanceler.
O ministro ainda afirmou que a Organização Mundial do Comércio (OMC) está praticamente paralisada pelos Estados Unidos, que há anos bloquearam um de seus principais órgãos de resolução de disputas. Segundo Lavrov, essa ação foi tomada após os EUA perceberem que estavam sendo superados pela China dentro das normas da OMC.
Ele também detalhou que o BRICS e outros grupos de países em desenvolvimento, incluindo a União Africana, a CELAC, a ASEAN, estão cada vez mais pedindo uma reforma justa do Fundo Monetário Internacional e do Grupo do Banco Mundial, para que os países em desenvolvimento recebam vozes que refletem seu peso real na economia e nas finanças mundiais.

