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"Não vemos a luz no fim do túnel": Borrell pede apoio da Ásia Central para enfraquecer a Rússia

O bloco precisa da "cooperação total" de Quirguistão, Uzbequistão, Cazaquistão, Tajiquistão e Turcomenistão, disse o alto representante da UE para Assuntos Externos.
"Não vemos a luz no fim do túnel": Borrell pede apoio da Ásia Central para enfraquecer a RússiaLegion-media.ru / Imago_v1

O chefe diplomático da União Europeia, Josep Borrell, afirmou nesta segunda-feira que os países da Ásia Central já estiveram "no meio do nada" e agora estão no centro dos acontecimentos, o que os torna um "parceiro crucial" para o bloco;

Dirigindo-se a representantes seniores do Quirguistão, Uzbequistão, Cazaquistão, Tajiquistão e Turcomenistão, no Fórum de Investidores para Conectividade de Transporte com a UE em Bruxelas, na Bélgica, Borrell explicou que, para que as sanções contra a Rússia sejam eficazes, o bloco precisa da "cooperação total" de seus parceiros.

O diplomático observou que as sanções da UE contra a Rússia por causa de sua operação militar na Ucrânia "enfraqueceram significativamente sua máquina de guerra. Mas eles ainda estão lá, e a guerra continua".

"A intensidade dos combates está aumentando e não vemos a luz no fim do túnel. E para que essas sanções sejam eficazes, precisamos da cooperação total de nossos parceiros", reiterou.

Borrell revelou que Bruxelas está monitorando de perto o comércio entre a UE, os países da Ásia Central e a Rússia.

"Tentamos analisar quais são os mecanismos que permitem que as sanções sejam contornadas. Precisamos aumentar nossa cooperação nesse sentido", insistiu.

"A Ásia Central se tornou um parceiro crucial para nós", disse ele. "Há quatro anos, quando cheguei a Bruxelas, a Ásia Central estava um pouco no meio do nada, e agora está no meio de tudo. Eles são a pedra angular entre a Europa e a Ásia. Tudo o que importa entre a Europa e a Ásia passa por vocês. E é por isso que nossa parceria é tão importante para nós", disse ele.

Nesse sentido, o alto representante da UE para Assuntos Externos enfatizou a importância de projetos comuns entre as duas regiões. "Precisamos investir muito mais em conexões físicas entre a Europa e a Ásia Central para que possamos superar as dependências do passado, diversificar e encontrar novas alternativas para transporte, energia e cadeias de suprimentos", continuou.

Borrell argumentou que essas conexões "dariam nova vida à antiga Rota da Seda", ligando-a também a seus "parceiros na Turquia e no sul do Cáucaso". "Esse é o nosso desafio. É por isso que estamos aqui: para buscar os recursos financeiros necessários para que isso aconteça", disse ele, acrescentando que os projetos conjuntos "mudariam a pele de uma região".