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Milei ratifica seu plano de dolarização para a Argentina e se distancia da China

O mandatário apelou a privatização o mais rápido possível e disse que deseja manter "um relacionamento de adultos" com o Reino Unido em relação às Ilhas Malvinas.
Milei ratifica seu plano de dolarização para a Argentina e se distancia da ChinaAP / Natacha Pisarenko / AP

O presidente da Argentina, Javer Milei, ratificou seu plano de dolarizar a economia do país sul-americano e distanciou-se da China em uma entrevista ao jornal norte-americano The Wall Street Journal, no último domingo.

"No último mês, compramos 5 bilhões de dólares e a base monetária é de quase 8 bilhões de dólares. Portanto, se terminássemos de limpar todos os passivos remunerados do Banco Central, estaríamos em em condições para dolarizar por muito pouco dinheiro", declarou.

"Sempre falamos sobre uma livre concorrência de moedas à escolha dos argentinos. É provável que, no início, eles escolham o dólar", assegurou Milei.

A adoção da moeda norte-americana foi uma das grandes promessas de campanha de Milei em função do seu suposto potencial em alavancar a economia argentina, atingida por uma inflação crescente e uma grande desvalorização do peso. O então candidato, contudo, advertiu que a transição não seria feita imediatamente.

"Sempre falamos sobre uma livre concorrência de moedas à escolha dos argentinos. É provável que, no início, eles escolham o dólar", explicou.

A China não é "nosso parceiro estratégico"

Durante a entrevista, o mandatário abordou questões que tem sido recorrentemente discutidas desde antes de sua chegada à Casa Rosada. Entre elas, sua relação com a China, país do qual mais uma vez se distanciou.

"Não vou estar aliado com os comunistas. É verdade que nos recusamos a fazer parte dos BRICS", explicou. "É verdade que não considero [a China] nosso parceiro estratégico. Mas temos que separar a questão geopolítica de nossa questão comercial. Sempre afirmamos que a questão comercial não deve ser afetada, porque se trata basicamente de uma decisão [da iniciativa] privada", acrescentou.

Além disso, confirmou sua intenção de inciar o processo de privatizações "o mais rápido que puder". "Tudo o que eu puder vender de empresas do Estado eu farei com a máxima brevidade. O que acontece é que há restrições institucionais", destacou, sem precisar por qual empresa começaria.

"Um relacionamento adulto com o Reino Unido"

Milei também abordou sua posição polêmica sobre a questão das Ilhas Malvinas, após reiterar que a questão "não impossibilita" que a Argentina mantenha "um conjunto de relações comerciais adultas" com o Reino Unido.

"Decidimos ter uma relação adulta na qual podemos participar e trabalhar juntos na agenda internacional e começar a falar sobre nossas diferenças territoriais", acrescentou.