Entenda as denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio Almeida, foi acusado de assédio sexual pela ONG "Me Too Brasil", que acolhe vítimas do crime. As primeiras informações são do portal Metrópoles, em matéria publicada na quinta-feira, e posteriormente confirmada pela ONG. A revelação do caso ocorreu com o consentimento das vítimas, uma vez que as informações são tratadas com sigilo.
Segundo a reportagem do veículo, uma das vítimas é sua colega Anielle Franco, que ocupa a pasta da Igualdade Racial no governo.
Reações do governo
O ministro Silvio Almeida se pronunciou em um comunicado na quinta-feira e negou as acusações. Almeida expressou sua indignação e afirmou que as acusações não carecem de fundamento e têm o objetivo de prejudicá-lo.
"O que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro. Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam", alegou o ministro.
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) declarou , por meio de uma nota à imprensa, que as denúncias de assédio sexual envolvendo o ministro serão abordadas com "rigor e celeridade". De acordo com o órgão, o ministro foi chamado para fornecer esclarecimentos a Vinícius Carvalho, controlador-geral da União, e a Jorge Messias, advogado-geral da União.
"A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir de ofício um procedimento de apuração. O governo federal reconhece a gravidade das denúncias", diz a nota da Secom.
Até o momento, o presidente Lula não se manifestou sobre as acusações. No entanto, a primeira-dama, Janja da Silva, compartilhou em suas redes sociais uma imagem onde ela beija a cabeça da ministra Anielle Franco.
Reações da oposição
Políticos da oposição ao governo Lula expressaram duras críticas nas redes sociais após as acusações contra o ministro serem divulgadas pela imprensa brasileira.
O ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou a notícia em suas redes sociais, com a legenda "Taradão da Esplanada?", ao se referir ao ministro de Lula.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) se manifestou em seu perfil do X, e escreveu: "O governo do amor tá amando até demais".
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) sugeriu a demissão do ministro da pasta. "Se o ministro dos Direitos Humanos continuar no cargo após assediar mulheres e até ministra da 'Igualdade Racial', Lula vai decretar que em seu governo assédio é direito humano? Deve ser o assédio do bem".
A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) também comentou o episódio em suas redes sociais. "Mais um falso defensor dos direitos humanos que cai a máscara! O cara quer censurar as redes para combater o ódio e não consegue nem mesmo ter um ambiente de trabalho positivo. Esse Silvio Almeida é maligno! Todo censurador quer o controle para poder cometer atrocidades à vontade".