Putin: "O Ocidente está pressionando pela desdolarização com suas ações estúpidas e pouco profissionais"

O presidente explicou que a Rússia não está seguindo uma “política de desdolarização”, já que não foi seu país que renunciou aos pagamentos em dólares, mas sim que isso foi negado.

O Ocidente já percebeu que cometeu um grande erro com suas ações insensatas ao pressionar os países para abandonar o dólar, declarou o presidente russo, Vladimir Putin, durante a sessão plenária no âmbito do Fórum Econômico Oriental, que termina nesta quinta-feira na cidade russa de Vladivostok.

"As prioridades no uso de certas moedas estão mudando. As autoridades financeiras e políticas da Europa e dos Estados Unidos estão impulsionando esse processo com suas ações não apenas descuidadas, mas também pouco profissionais e estúpidas. Acho que já perceberam que cometeram um erro", manifestou o mandatário. 

Putin também explicou que a Rússia não está realizando uma "política de desdolarização", já que não foi seu país que desistiu dos pagamentos em dólares, mas foi-lhe negado. "Não perseguimos uma política de desdolarização. Afinal de contas, não recusamos os acordos em dólar. Os acordos nos foram negados e somos simplesmente forçados a procurar outras oportunidades. Isso é tudo", afirmou. 

Fórum Econômico Oriental

O Fórum, que começou na terça-feira, recebeu mais de 6.000 convidados de 76 países, que participaram de vários eventos, alguns deles no âmbito do BRICS. Durante o evento, foram realizados diálogos de negócios e diferentes eventos com o objetivo de fortalecer a colaboração entre os países em áreas como investimento, comércio, ciência e cultura, e vários documentos para cooperação futura foram assinados. Houve também uma avaliação abrangente de especialistas do potencial econômico do Extremo Oriente russo.

O programa de Putin no evento incluiu conversas com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, e o vice-presidente chinês, Han Zheng, durante as quais discutiram várias questões de cooperação entre a Rússia e seus países nas áreas econômica, comercial, humanitária e outros. Ibrahim, cujo país assumirá a presidência da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em 2025, disse que o bloco "espera ansiosamente" aumentar sua cooperação com Moscou.