Novo estudo revela se há ligação entre uso de celular e câncer cerebral

Os cientistas analisaram 63 estudos epidemiológicos realizados entre 1994 e 2022, abrangendo milhões de pessoas em 22 países.

Um grupo internacional de pesquisadores encontrou evidências de que o uso de telefones celulares não está ligado a um maior risco de câncer no cérebro, informou o The Washington Post.

Em 2011, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a radiação emitida pelos telefones celulares como "possivelmente cancerígena para os seres humanos".

Essa conclusão, baseada em evidências limitadas de estudos observacionais, fortaleceu a crença generalizada de que a exposição a dispositivos eletrônicos sem fio, que operam por meio de radiação eletromagnética de radiofrequência (ondas de rádio), causava câncer.

Existem motivos para preocupação?

No final de 2019, a OMS encomendou uma série de revisões sistemáticas, com o objetivo de avaliar os efeitos das ondas de rádio na saúde humana. Um estudo publicado recentemente na revista Environment International descobriu que não houve aumento na incidência de cânceres cerebrais que possam estar associados ao uso de telefones celulares.

Isso se aplica mesmo àqueles que usam seus aparelhos há mais de 10 anos ou que fazem chamadas telefônicas prolongadas. Os cientistas chegaram a essa conclusão após analisarem 63 estudos epidemiológicos realizados entre 1994 e 2022, abrangendo milhões de pessoas em 22 países.

O professor Mark Elwood disse que a pesquisa também examinou os impactos das ondas de rádio usadas em telefones celulares, televisores, babás eletrônicas e radares. O professor Ken Karipidis confesou que, apesar de continuar sua pesquisa, ele estava confiante de que "não há ligação entre o uso de telefones celulares e tumores cerebrais".

"A exposição às ondas de rádio da tecnologia sem fio não representa um risco para a saúde humana", afirmou. O grupo consultivo da OMS solicitou uma reavaliação da classificação da radiação emitida por dispositivos sem fio, levando em conta novos dados desde sua avaliação anterior em 2011. A nova análise da OMS será publicada no primeiro trimestre do próximo ano.