Pequim acusou na segunda-feira a União Europeia de "apoiar abertamente ações provocativas que infringem a soberania territorial da China". As observações foram feitas no contexto das críticas por parte da UE ao gigante asiático por suas "ações perigosas" contra embarcações filipinas no mar da China Meridional.
O Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE) emitiu um comunicado em que culpou Pequim de "pôr em risco a segurança da vida no mar e violar o direito à liberdade de navegar e sobrevoar que todas as nações possuem", e condenou "todas as ações ilegais e coercivas que podem levar a uma escalada, violam esses princípios do direito internacional e ameaçam a paz e a estabilidade na região".
A situação ocorre no contexto da troca de acusações entre a China e as Filipinas no último sábado de que houve um ataque deliberado contra embarcações da guarda costeira em águas disputadas.
Assim, classificando as ações chinesas como "ilegais e coercivas", o SEAE apoiou as Filipinas, insistindo que Pequim deveria respeitar as normas internacionais, assim como a decisão de 2016 do Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia, de que a reivindicação de Pequim de quase todo o Mar do Sul da China era incompatível com o direito internacional. O gigante asiático rejeita essa decisão.
A reação chinesa
Por sua vez, a China negou as acusações, enfatizando que o Recife Xianbin Jiao (também conhecido como Recife Sabina), que faz parte das disputadas Ilhas Spratly, é "território chinês inerente".
Lembrando que Pequim "protestou contra as Filipinas em várias ocasiões por meio de canais diplomáticos e pediu que elas retirassem imediatamente suas embarcações", a missão chinesa na UE declarou: "No entanto, o lado filipino ignorou essas exigências e, ao invés disso, intensificou suas ações enviando navios da guarda costeira para continuar a provocação em Xianbin Jiao, e até mesmo agiu de forma perigosa para abalar deliberadamente a embarcação chinesa que estava realizando uma operação de manutenção da ordem".
O lado chinês também observou no comunicado que "a UE não é parte na questão do mar da China Meridional e não tem o direito de apontar o dedo nesse assunto". "Ignorando os fatos para confundir o certo e o errado, o lado europeu está apoiando abertamente as ações provocativas das Filipinas que infringem a soberania territorial da China. Isso leva a questionar os motivos da UE que põe lenha na fogueira e favorece um lado da disputa", diz o comunicado.