Ucrânia se transformou em uma "moeda de troca" nas ambições geopolíticas do Ocidente, diz Putin

O líder russo também denunciou a pressão sobre os jornalistas e a mídia russa nos países ocidentais.

O principal motivo da tragédia na Ucrânia é a política antirrussa liderada pelo Ocidente e pelos EUA, disse o presidente russo Vladimir Putin.

Em uma entrevista com o veículo de mídia mongol Onoodor antes de sua visita ao país asiático, Putin respondeu a uma pergunta sobre as origens do conflito ucraniano apontando que sua principal causa é a "política antirrussa deliberada do Ocidente coletivo liderado pelos EUA", que "há décadas busca o controle total da Ucrânia".

"Eles financiaram organizações nacionalistas e antirrussas no país e plantaram sistematicamente o conceito de que a Rússia é supostamente o eterno inimigo da Ucrânia e a principal ameaça à sua existência. De fato, a Ucrânia se tornou uma moeda de troca para a realização das ambições geopolíticas do Ocidente", enfatizou Putin.

"Perseguição descarada contra correspondentes russos"

O líder também denunciou a pressão que os jornalistas e a mídia russos enfrentam nos países ocidentais.

"Em praticamente todos os países ocidentais onde nossos jornalistas tentam trabalhar, eles estão sujeitos a vários obstáculos: os canais de TV russos são proibidos e a censura direta é imposta à nossa mídia e aos recursos de informação da Internet", observou o presidente.

Ele lembrou que essas medidas contradizem os princípios democráticos da liberdade de expressão e do livre fluxo de informações diante do trabalho dos jornalistas que transmitem seu ponto de vista sobre as questões e os processos atuais que ocorrem no mundo.

"A fim de ocultar fatos incômodos e informações verdadeiras, o Ocidente, que se considera o porta-estandarte da liberdade, lançou uma perseguição descarada aos correspondentes russos, rotulando-os indiscriminadamente como 'propagandistas do Kremlin'", disse o líder russo.

"Flagrante atropelamento dos ideais olímpicos"

Questionado sobre a proibição da participação de atletas russos nas Olimpíadas de Paris sob a bandeira nacional, enquanto nenhuma sanção foi imposta contra Israel, Putin chamou isso de "flagrante atropelamento dos ideais olímpicos" a "mando do Ocidente, sobretudo dos Estados Unidos".

"Em vez de lutar pelos direitos dos atletas, pela integridade e universalidade do movimento olímpico, eles se dedicam a preservar seu próprio status, poder e bem-estar financeiro", criticou o Comitê Olímpico Internacional.

Enfatizando "os princípios fundamentais da Carta Olímpica, que afirma que o esporte não deve ser politizado e deve unir as pessoas, não dividi-las", Putin garantiu que seu país "seguirá o caminho da democratização do movimento esportivo, da eliminação de barreiras e restrições artificiais e da expansão dos formatos dos eventos esportivos nacionais e internacionais".