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Rússia reage à prisão do fundador do Telegram com uma analogia

"Os terroristas usam a rede Telegram. Mas os terroristas também usam carros, não é mesmo? Por que não prendem o CEO da Renault ou da Citroën?", indagou o porta-voz da presidência russa.
Rússia reage à prisão do fundador do Telegram com uma analogiaGettyimages.ru / Jaap Arriens / NurPhoto

O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, comentou neste sábado sobre a prisão do co-fundador do Telegram, Pavel Durov, que foi detido em Paris, dentre outros motivos, pela sua "recusa em fornecer, a pedido das autoridades autorizadas, informações ou documentos".

Em uma entrevista com o jornalista Pavel Zarubin, o representante do Kremlin admitiu que as autoridades russas também "tinham perguntas" a fazer ao empresário nascido na Rússia, mas ninguém o aprisionaria em sua terra natal.

"Sim, de fato, os terroristas usam a rede Telegram. Mas os terroristas também usam carros, não é mesmo? Por que não prendem o CEO da Renault ou da Citroën?", indagou Peskov. Anteriormente, o porta-voz disse que Moscou está pronta para organizar uma defesa legal para Durov, já que as acusações contra ele são muito sérias e exigem uma base probatória igualmente séria.

  • O empresário russo Pavel Durov, que também possúi cidadania da França, dos Emirados Árabes Unidos e de São Cristóvão e Neves, foi preso no dia 24 de agosto após pousar, com seu avião privado vindo do Azerbaijão, em um aeroporto de Paris. Contra ele, pesava um mandado expedido pelas autoridades francesas em razão de uma investigação preliminar.
  • De acordo com os promotores, uma "pessoa não identificada" usou o aplicativo criado por Durov para cometer vários delitos. A recusa do bilionário em entregar os dados do usuário às autoridades policiais fez com que ele fosse investigado, informou o Politico nesta quarta-feira.
  • "O Telegram está em conformidade com as leis europeias, incluindo o Regulamento de Serviços Digitais, e sua moderação está de acordo com os padrões do setor", disse a empresa em um comunicado, acrescentando que é 'absurdo dizer que uma plataforma ou seu comando é responsável pelo abuso' que ocorreu nela.