Diferentes figuras do meio político brasileiro reagiram à determinação do ministro Alexandre de Moraes, que nesta sexta-feira, suspendeu o acesso à rede social X no Brasil após a recusa da plataforma em indicar um novo representante legal para o país.
Em suas redes sociais, Jair Bolsonaro, ex-presidente brasileiro, publicou a data "07/09", em alusão aos atos convocados para o dia 7 de setembro. Outros políticos de oposição, como o deputado federal Nikolas Ferreira, também aproveitaram a situação para promover as manifestações, que terão como objetivo contestar decisões do Judiciário brasileiro.
De acordo com apuração do portal Metropoles, o deputado também sugeriu, em grupos de deputados e senadores nas redes sociais, a "paralisação" de todas as atividades do Congresso Nacional até que alguma medida limitando os poderes de Moraes seja aprovada, em uma estratégia de "radicalização" contra o ministro. Nikolas veiculou as informações em seu canal do Telegram, validando a autenticidade das mesmas.
O Partido da Causa Operária, por sua vez, anunciou que vai entrar com uma liminar no Supremo Tribunal Federal para derubar a decisão, em uma tentativa de "verificar se a Suprema Corte respeita algum resquício de lei".
A legenda também observou que a resolução não proíbe a utilização de serviços de VPN, desde que os mesmos não sejam utilizados para acessar a plataforma X. Tendo isso em mente, a sigla disse estar trabalhando em um "guia ilustrativo de todos os aplicativos nas mais diversas plataformas que podem ser usados como VPNs para os fins lícitos".
O presidente Lula da Silva, que durante o anúncio da suspensão discursava no estado da Paraíba, em um evento dedicado ao lançamento de uma empresa de projetos e consultoria, ainda não se manifestou sobre o assunto. Anteriormente, no entanto, o mandatário brasileiro expressou seu apoio à decisão de Moraes:
"O olhar de que todo e qualquer cidadão, de qualquer parte do mundo, que tem investimento no Brasil, está subordinado à Constituição Brasileira e às leis brasileiras. Se a Suprema Corte tomou uma decisão para cidadão cumprir determinadas coisas, ou ele cumpre, ou vai ter que tomar outra atitude. Não é porque o cara [Elon Musk] tem muito dinheiro que ele pode desrespeitar", defendeu Lula. "Ele pensa que é o quê? Tem que respeitar a decisão da Suprema Corte brasileira", completou.
Paulo Teixiera, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura familiar do governo Lula, escreveu uma postagem ironizando o bilionário Elon Musk. "Aqui no Brasil, tem lei", lê-se.
Em um comentário de teor semelhante, porém publicado horas antes do anúncio da decisão, Gleisi Hoffman, presidente do Partido dos Trabalhadores, realizou uma publicação qualificando Elon Musk como um "playboy mimado, prepotente e arrogante".
"A verdade é uma só: não existe censura no Brasil, há desobediência de um empresário estrangeiro às nossas leis. Para ele, a única coisa que importa é dinheiro e poder, custe o que custar", concluiu a deputada federal.