Políticos reagem ao bloqueio do X no Brasil
Diferentes figuras do meio político brasileiro reagiram à determinação do ministro Alexandre de Moraes, que nesta sexta-feira, suspendeu o acesso à rede social X no Brasil após a recusa da plataforma em indicar um novo representante legal para o país.
Em suas redes sociais, Jair Bolsonaro, ex-presidente brasileiro, publicou a data "07/09", em alusão aos atos convocados para o dia 7 de setembro. Outros políticos de oposição, como o deputado federal Nikolas Ferreira, também aproveitaram a situação para promover as manifestações, que terão como objetivo contestar decisões do Judiciário brasileiro.
O Brasil tem que parar.
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) August 30, 2024
De acordo com apuração do portal Metropoles, o deputado também sugeriu, em grupos de deputados e senadores nas redes sociais, a "paralisação" de todas as atividades do Congresso Nacional até que alguma medida limitando os poderes de Moraes seja aprovada, em uma estratégia de "radicalização" contra o ministro. Nikolas veiculou as informações em seu canal do Telegram, validando a autenticidade das mesmas.
O Partido da Causa Operária, por sua vez, anunciou que vai entrar com uma liminar no Supremo Tribunal Federal para derubar a decisão, em uma tentativa de "verificar se a Suprema Corte respeita algum resquício de lei".
O Partido quer entrar com uma liminar no STF para derrubar a decisão totalmente abusiva de Alexandre de Moraes e verificar se a Suprema Corte respeita algum resquício de lei. Não contente em derrubar uma das redes sociais mais populares do País, o ministro também vai multar o…
— PCO - Partido da Causa Operária (@PCO29) August 30, 2024
A legenda também observou que a resolução não proíbe a utilização de serviços de VPN, desde que os mesmos não sejam utilizados para acessar a plataforma X. Tendo isso em mente, a sigla disse estar trabalhando em um "guia ilustrativo de todos os aplicativos nas mais diversas plataformas que podem ser usados como VPNs para os fins lícitos".
O presidente Lula da Silva, que durante o anúncio da suspensão discursava no estado da Paraíba, em um evento dedicado ao lançamento de uma empresa de projetos e consultoria, ainda não se manifestou sobre o assunto. Anteriormente, no entanto, o mandatário brasileiro expressou seu apoio à decisão de Moraes:
"O olhar de que todo e qualquer cidadão, de qualquer parte do mundo, que tem investimento no Brasil, está subordinado à Constituição Brasileira e às leis brasileiras. Se a Suprema Corte tomou uma decisão para cidadão cumprir determinadas coisas, ou ele cumpre, ou vai ter que tomar outra atitude. Não é porque o cara [Elon Musk] tem muito dinheiro que ele pode desrespeitar", defendeu Lula. "Ele pensa que é o quê? Tem que respeitar a decisão da Suprema Corte brasileira", completou.
Paulo Teixiera, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura familiar do governo Lula, escreveu uma postagem ironizando o bilionário Elon Musk. "Aqui no Brasil, tem lei", lê-se.
E agora @elonmusk, está bloqueado!!!!! Aqui no Brasil, tem lei!!!! Bye, bye!
— Paulo Teixeira (@pauloteixeira13) August 30, 2024
Em um comentário de teor semelhante, porém publicado horas antes do anúncio da decisão, Gleisi Hoffman, presidente do Partido dos Trabalhadores, realizou uma publicação qualificando Elon Musk como um "playboy mimado, prepotente e arrogante".
Elon Musk não passa de um playboy mimado, prepotente e arrogante. Ele sim, apaixonado por ditaduras como a de 1964, sonha com nova interferência externa na defesa e soberania de países sul-americanos. A verdade é uma só: não existe censura no Brasil, há desobediência de um…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) August 30, 2024
"A verdade é uma só: não existe censura no Brasil, há desobediência de um empresário estrangeiro às nossas leis. Para ele, a única coisa que importa é dinheiro e poder, custe o que custar", concluiu a deputada federal.