Nesta sexta-feira, a embaixada dos Estados Unidos no Brasil afirmou estar monitorando a crescente tensão entre Elon Musk, dono da rede social X e da empresa Starlink, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
"A Embaixada dos EUA está monitorando a situação entre o Supremo Tribunal Federal e a plataforma X", afirmou a instituição, procurada pelo portal Metrópoles. "Ressaltamos que a liberdade de expressão é um pilar fundamental em uma democracia saudável", advertiram.
Apesar das afirmações, Washington se recusou a emitir um comentário exclusivamente voltado às decisões judiciais expedidas por Alexandre de Moraes. "Por política interna, não comentamos decisões de tribunais ou disputas legais", lê-se na nota.
Essa não é a primeira vez em que instituições dos EUA abordam as recentes decisões do Judiciário brasileiro. Em abril, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos país produziu um relatório acusando o Brasil de conduzir uma "campanha de censura" que tem como alvo "qualquer pessoa com uma plataforma para criticar o governo de esquerda no poder".
"Tem que respeitar"
Também nesta sexta, em uma entrevista concedida a um programa de rádio, o presidente brasileiro, Lula da Silva, afirmou que Elon Musk deve submeter-se à Constituição brasileira e à legislação do país.
"O olhar de que todo e qualquer cidadão, de qualquer parte do mundo, que tem investimento no Brasil, está subordinado à Constituição Brasileira e às leis brasileiras. Se a Suprema Corte tomou uma decisão para cidadão cumprir determinadas coisas, ou ele cumpre, ou vai ter que tomar outra atitude. Não é porque o cara [Elon Musk] tem muito dinheiro que ele pode desrespeitar", defendeu Lula. "Ele pensa que é o quê? Tem que respeitar a decisão da Suprema Corte brasileira", completou.
Reação de Musk
O bilionário Elon Musk reagiu ao pronunciamento da embaixada norte-americana através de uma publicação em sua plataforma.
"Agradecemos a manifestação de apoio da embaixada dos EUA. Realmente, sem liberdade de expressão, o público não pode expressar seus pensamentos ou saber a verdade sobre a situação, o que torna impossível votar com conhecimento adequado", escreveu.