Putin viajará para a Mongólia, apesar do mandado de prisão do TPI

Segundo o porta-voz da presidência russa, "não há preocupações" sobre essa viagem, acrescentando que a Rússia mantém um "excelente diálogo" com a Mongólia.

O presidente russo, Vladimir Putin, fará uma visita oficial à Mongólia em 3 de setembro para participar das comemorações que marcam o 85º aniversário da vitória conjunta das forças armadas soviéticas e mongóis em Khalkhin Gol.

A viagem será realizada a convite do presidente da Mongólia, Ukhnaagiin Khurelsukh, apesar do mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o chefe de Estado da Rússia. 

Ao comentar o fato de que a Mongólia é um membro do TPI, o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, afirmou que todos os aspectos da visita do presidente russo foram cuidadosamente preparados.

"Não, não há preocupações. Temos um excelente diálogo com nossos amigos da Mongólia", acrescentou Peskov, citado pela RIA Novosti nesta sexta-feira.

De acordo com um comunicado publicado na quinta-feira, durante a visita, os chefes de Estado discutirão as perspectivas de desenvolvimento das relações russo-mongóis de parceria estratégica abrangente e trocarão opiniões sobre questões internacionais e regionais atuais. Está prevista também a assinatura de uma série de documentos bilaterais.

Participação de Putin na reunião do G20 no Brasil

Por outro lado, o comparecimento de Vladimir Putin à reunião do G20 é tratado com cautela pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Em dezembro, Lula afirmou que Putin "está convidado" para a ocasião, mas destacou a "responsabilidade" que o Brasil possui por ser signatário do TPI. ''Se ele comparecer, ele sabe o que vai acontecer. Pode acontecer, e pode não acontecer'', afirmou na época. A cúpula do G20 será realizada no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro deste ano.

Uma situação similar ocorreu em julho do ano passado, quando o comparecimento do mandatário russo a uma cúpula econômica na cidade sul-africana de Joanesburgo também foi motivo de debates e especulações. Ao final, Putin optou por participar do evento através de videoconferência.