Ministério Público da Venezuela intima pela terceira vez Edmundo Gonzales com uma advertência

Caso o ex-candidato presidencial venezuelano não atenda à nova intimação, o órgão judicial alerta que considerará risco de fuga, e um mandado de prisão será emitido.

O Ministério Público da Venezuela informou que convocou o ex-candidato presidencial Edmundo González pela terceira vez para comparecer perante o órgão que o investiga por vários crimes, incluindo usurpação de funções e conspiração. Se ele não comparecer a essa nova convocação, o órgão considerará a possibilidade de fuga e, portanto, um mandado de prisão será emitido.

Em um comunicado divulgado nas redes sociais, o Ministério Público marcou a convocação para a próxima sexta-feira, às 10:00 horas (horário local). O político da Plataforma Unitaria Democratica (UPD) não compareceu às duas convocações anteriores feitas nesta semana com o objetivo de "dar entrevista" por sua suposta responsabilidade nos crimes de "usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, crimes informáticos, associação para cometer crimes e conspiração".

Na carta, González é informado de que, se não se apresentar à Direção Geral de Crimes Comuns do Ministério Público, esse órgão determinará que ele "apresenta o perigo de fuga e de obstrução", razão pela qual um mandado de prisão correspondente será processado.

A reação da oposição

Até o momento, não houve reações de González, cujo paradeiro é desconhecido e que não compareceu às duas últimas manifestações convocadas por sua mentora, María Corina Machado, para comemorar sua suposta vitória, apesar de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) já ter proclamado Nicolás Maduro como presidente e o resultado ter sido validado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).

O apoiador de Machado disse em um vídeo transmitido no último domingo que não compareceria à promotoria porque não reconhecia esse órgão e considerava que ele não tem garantias e não respeita o processo legal. Ambos os representantes da oposição não reconhecem a vitória de Maduro ou a decisão do mais alto órgão judicial.

Contexto político

Em 7 de agosto, foi iniciada uma investigação contra González e Machado, por serem "responsáveis pela criação e manutenção" de uma página web com supostos resultados eleitorais, sem qualquer base legal, onde foram publicadas supostas "atas" de votação, cheias de inconsistências e irregularidades.

Em 5 de agosto, outra investigação foi aberta contra ele, juntamente com a fundadora do partido Vente Venezuela, por sua suposta responsabilidade por "múltiplos crimes".

A promotoria também iniciou uma investigação sobre o ataque cibernético contra o sistema de computadores do CNE, que buscava "manipular os dados recebidos" e "adulterar as atas" durante a contagem dos votos presidenciais.

Durante a campanha, o ex-candidato foi o único que se recusou a assinar um acordo prévio para o reconhecimento dos resultados perante o órgão eleitoral máximo.