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Tucker Carlson: Macron não teria prendido Durov sem o consentimento de Biden
O jornalista entrevistou um ex-funcionário do Departamento de Estado, que explicou a possível motivação por trás da prisão do chefe do Telegram.
As autoridades da França não poderiam prender o chefe do Telegram, Pavel Durov, sem ter consultado o governo dos EUA antes, afirmou o renomado jornalista norte-americano Tucker Carlson durante uma entrevista divulgada nesta quinta-feira.
"É um grande passo, muito difícil para um espectador sem conhecimento direto como eu, acreditar que [o presidente francês Emmanuel] Macron poderia ou teria feito isso sem o incentivo ou pelo menos o consentimento do [governo] de [Joe] Biden", afirmou Carlson ao iniciar sua entrevista com Mike Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado, que se especializou em comunicações internacionais e assuntos de tecnologias informáticas.
"Veículo muito poderoso"
Benz, que atualmente é diretor da Foundation for Freedom Online, uma organização de liberdade de expressão on-line, caracterizou o Telegram como "um veículo muito poderoso com o qual o Departamento de Estado dos EUA pode mobilizar protestos e incitar apoio político contra países autoritários".
"É por isso que o governo dos EUA gostou tanto do Telegram de 2014 a 2020. Porque era uma maneira poderosa de contornar o controle estatal sobre as mídias ou a vigilância estatal sobre chats privados por causa dos recursos privados e do encaminhamento anônimo. Todos esses recursos únicos do Telegram permitem que grupos financiados pelos EUA ou dissidentes políticos consigam dezenas de milhares de pessoas para seu caso com relativa impunidade", explicou.
No entanto, segundo Benz, essa poderosa ferramenta também pode ter um efeito contrário.
"O problema é que o Telegram também é um campo de jogo aberto porque Pavel [Durov] não cedeu [o controle] nem aos EUA, nem à Rússia. Também permitiu fazer a propaganda russa, e isso é um problema agora na Ucrânia", argumentou.
Benz mencionou que a "Radio Free Europe, que é uma instituição criada pela CIA", descreveu o Telegram como "um espião no bolso de cada ucraniano" e argumentou que Kiev "precisa assumir o controle" da plataforma, já que "75% dos ucranianos agora usam o Telegram", um aumento significativo em relação aos 20% de alguns anos atrás, devido à "solidariedade de Pavel com o conceito de liberdade de expressão".
"Talvez o motivo pelo qual a Ucrânia esteja perdendo seja porque a Rússia sabe tudo o que a Ucrânia está fazendo", sugeriu Benz.