Nesta terça-feira, a Folha de São Paulo publicou um artigo chamando de "censura" uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que proíbe o jornal de entrevistar Filipe Garcia Martins, ex-assessor da Presidência brasileira.
Moraes justificou a decisão argumentando que uma das condições para a soltura de Martins, que ficou preso por seis meses sob suspeita de ter ajudado o ex-presidente Jair Bolsonaro a arquitetar um golpe de Estado, estabelece que o ex-assessor não pode se comunicar com demais investigados na suposta trama golpista.
"No atual momento das investigações em virtude da proibição de comunicação com os demais investigados, a realização da entrevista jornalística com o investigado não é conveniente para a investigação criminal, a qual continua em andamento", declarou Moraes, citado pelo jornal.
Ao veículo, Ricardo Scheiffer Fernandes, advogado que representa Martins, manifestou sua "profunda indignação pela decisão proferida".
- Uma investigação da Polícia Federal aponta que Filipe Garcia Martins, ex-assessor especial para assuntos internacionais da presidência da República durante o mandato de Jair Bolsonaro, entregou ao ex-presidente um documento que previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes e a convocação de novas eleições.
- Como parte das investigações, o ex-assessor ficou preso durante um período de seis meses. Atualmente encontra-se solto, tendo acordado em utilizar tornozeleira eletrônica, se apresentar semanalmente à Justiça de Ponta Grossa e em não se ausentar do país.