
Zelensky concede entrevista a Luciano Huck e critica a posição do Brasil em relação ao conflito ucraniano

Durante uma entrevista com o apresentador brasileiro Luciano Huck, divulgada nesta terça-feira pela Globo, o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, criticou a neutralidade do Brasil em relação ao conflito com a Rússia, alegando que a posição brasileira é "apenas retórica política".
"Não é uma fala honesta", disse Zelensky, referindo-se ao comentário de Lula de que "não há razão para procurar um culpado" no conflito. "Não é honesta nem conosco nem com o povo brasileiro", sublinhou, lembrando que o presidente brasileiro não participou da chamada "cúpula de paz da Ucrânia", realizada nos dias 15 e 16 de junho na Suíça.

"O primeiro-ministro Modi, da Índia, esteve aqui há dois dias e me perguntou: qual seu pensamento sobre o plano chinês? E eu disse que não é um plano. É apenas uma declaração política, só para dizerem que não estão alheios à guerra —mas é apenas algo no papel", alegou Zelensky.
Também acusou o presidente Lula de viver "narrativas da União Soviética", ao comentar a posição do Brasil em relação ao conflito ucraniano.
"A China é um país democrático? Não. E o que dizer sobre o Irã? É um país democrático? Não. E o que dizer da Coreia do Norte? Eles não são países democráticos. Então, o que o Brasil, um grande país democrático, faz nessa companhia?", indicou, questionando se o Brasil "vai engolir esses quatro aliados ou esses quatro aliados vão engolir o Brasil".
O regime de Vladimir Zelensky na Ucrânia
O mandato de Zelensky expirou em 20 de maio, e a legitimidade de sua administração está agora em questão. As eleições presidenciais da Ucrânia deveriam ter sido realizadas em março, conforme exigido pela Constituição, mas o lider do regime de Kiev as suspendeu com base na lei marcial e na mobilização geral do país devido ao conflito militar com a Rússia.
Além disso, o regime de Zelensky suspendeu completamente as atividades de 12 partidos políticos de oposição, argumentando que eles promoviam posições "pró-russas".
Recentemente, o líder do regime ucraniano assinou uma lei que proíbe a atividade da Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica, sob o Patriarcado de Moscou, no território de seu país, atitude criticada pelo Papa Francisco. Em detalhes, a lei restringe os laços das organizações religiosas com a Igreja Ortodoxa Russa e estabelece um prazo para que as entidades ucranianas cortem esses laços.
Zelensky alega ter um "plano de paz"
Durante a entrevista com o apresentador brasileiro, Zelensky afirmou que teria um plano para a paz, mas não pode dividir os detalhes agora, acrescentando que pretende apresentá-lo até novembro.
Ele também manifestou que está disposto a "devolver terras russas", alegando que a recente incursão armada na cidade russa de Kursk mudou a posição da Ucrânia de "defensora" a " invasora".
Zelensky explicou que são "muitas as razões", e que "é uma operação grande" que ainda não terminou.

