Deputado cristão denuncia tentativa de sequestro de sua família após apoiar igreja proibida na Ucrânia

O paradeiro de Artiom Dmitruk, que relatou acusações forjadas contra ele e que sua vida estava em perigo, é desconhecido.

O legislador ucraniano Artiom Dmitruk denunciou que é alvo de perseguição política pelas autoridades locais por causa de seu apoio à Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica (UPTs), proibida na semana passada.

O líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, assinou uma lei no sábado passado  proibindo a atividade desse ramo da Igreja Ortodoxa, que depende do Patriarcado de Moscou, no território do país. O documento havia sido aprovado na terça-feira pelo Verkhovna Rada (Parlamento ucraniano). Dmitruk se destacou entre seus colegas legisladores como um oponente da nova lei. Ele agora é considerado um fugitivo na Ucrânia e afirma que sua família está em perigo.

"Eles tentaram sequestrar minha família! Tentaram sequestrar minha mãe, minha esposa e meus dois filhos pequenos ontem em um hotel da Europa. Após a primeira tentativa fracassada e as medidas que tomamos, tentaram novamente no aeroporto!", revelou Dmitruk em seu canal no Telegram.

No domingo passado, o Gabinete do Procurador-Geral anunciou uma investigação contra um deputado não identificado. Ele é acusado de agredir duas pessoas: um oficial da lei e um militar. Acredita-se que Dmitruk seja o suspeito em questão, de acordo com as mídias ucranianas.

Dmitruk rejeitou as acusações, chamando-as de fabricadas e politicamente motivadas.

"Perseguição sistemática"

"Os eventos de hoje são mais uma prova de que o atual Governo está realizando uma perseguição sistemática e cínica a todos aqueles que têm a coragem de se opor aos seus ditames", comentou o legislador, que entrou na política em 2019 em meio à campanha presidencial de Zelensky, sendo eleito deputado pelo seu partido Servo do Povo.

Na semana passada, Dmitruk, que é um halterofilista profissional condecorado e empresário que administra academias na cidade de Odessa, denunciou a presença de pessoas armadas em várias propriedades ligadas a ele e sua família.

Dmitruk alegou que seus inimigos estavam planejando matá-lo, já que teria resistido à prisão. Tatiana Sapian, a porta-voz do Departamento Estatal de Investigação, disse no domingo que ele  havia fugido do país pela Moldávia.