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Canadá estabelece tarifa de 100% contra veículos elétricos chineses

Além da medida, uma taxa de 25% sobre o alumínio e o aço do país deve ser imposta no Canadá.
Canadá estabelece tarifa de 100% contra veículos elétricos chinesesMatthias Schrader

Nesta segunda-feira, o governo canadense anunciou uma tarifa de 100% sobre veículos elétricos chineses, conforme noticiado pela imprensa local. O primeiro-ministro Justin Trudeau também afirmou que uma taxa de 25% sobre o alumínio e o aço do país deve ser imposta.

O preço dos veículos deve duplicar com o aumento, que entrará em vigor no dia 1º de outubro. Isso porque a maior parte da taxa será repassada aos consumidores, prejudicando as vendas de produtoras chinesas.

A decisão ocorre após uma reunião entre Jake Sullivan, Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, e o primeiro-ministro Trudeau, que se encontraram no domingo em Nova Scotia. Na ocasião, Sullivan encorajou o canadense a impôr a medida, que já havia sido tomada pelo governo Biden em maio. 

Nos últimos meses, os Estados Unidos, bem como países da Europa Ocidental, têm tomado medidas contra a China para lidar com a suposta "supercapacidade" do país asiático. Esse fenômeno ocorreria quando a produção de determinado setor excede de modo significativo a demanda (seja por subsídios ou pelo excesso de oferta), levando a um excedente de mercadorias a preços baratos no mercado global.

''O comércio diversifica as opções dos consumidores. Se os países produzissem apenas o suficiente para atender à sua demanda interna, não haveria comércio internacional'', escreve o analista Xin Ping na agência chinesa Xinhua ao rebater as acusações de Janet Yellen, secretária do tesouro norte-americano que acusa a China de "distorcer preços globais" e "prejudicar companhias e trabalhadores norte-americanos".

''À medida que a China cresce e sobe na cadeia de valor global, o Ocidente fica chocado com sua capacidade emergente e competitividade de mercado. Não houve reclamações sobre o 'excesso de capacidade' da China no passado porque os capitalistas tinham interesses particulares [na globalização]", argumenta Ping.