Ex-porta-voz de Pavel Durov: É um mistério o motivo dele ter ignorado sua segurança e aterrissado em Paris
Atrás da prisão do empresário da origem russa e chefe do Telegram, Pavel Durov, não estão as autoridades francesas, mas as norte-americanas, disse seu ex-porta-voz Gueorgui Lobushkin em uma entrevista concedida à RT no domingo.
Comentando sobre a prisão de Durov, Lobushkin alegou que, como o Telegram cumpre as leis de todos os países em que está presente, além de levar em conta todos os requisitos da legislação sancionadora, pode-se pensar que aqueles que estão por trás da ordem de prisão do chefe do Telegram não são as autoridades da França, nem as da União Europeia.
"Acho que o ataque não vem da UE, nem da França, mas dos EUA, que estão seguindo Pavel Durov há muito tempo. E Durov sempre falou sobre isso", explicou Lobushkin.
"Assim, na entrevista com Tucker Carlson, disse que ele e seus funcionários estavam sob pressão ou, pelo menos, que havia algum tipo de vigilância por parte do FBI". O ex-porta-voz também destacou que não faz sentido discutir e tentar entender as intenções das autoridades francesas que realizaram a prisão, já que "não desempenham nenhum papel", indicou.
Por outro lado, de acordo com Lobushkin, é um "grande mistério" o motivo de Durov ter ignorado sua segurança e decidido desembarcar em Paris, sugerindo que não saberia o que o aguardaria no país europeu, nem que sua prisão estavisse sendo preparada.
"Se acreditarmos nas mídias francesas, o mandado de prisão foi emitido cinco minutos antes de seu avião pousar. Ou ele sabia disso, mas não achou que era sério", enfatizou o ex-porta-voz.
Quanto ao futuro do serviço de mensagens, Lobushkin enfatizou que é bastante promissor, e que "essa prisão significa apenas o melhor para a reputação do Telegram", já que o número de downloads do aplicativo "disparou" e, portanto, de acordo com alguns dados, é o aplicativo número um do mundo.
- Durov, de 39 anos, foi preso quando descia de seu avião particular, após chegar do Azerbaijão, na pista do aeroporto Paris-Le Bourget.
- As autoridades do país europeu consideram que a falta de moderação e de cooperação do empresário com as forças de segurança, bem como as ferramentas oferecidas pelo Telegram (número descartável, criptografia, etc.), o tornam cúmplice de tráfico de drogas, crimes de pedofilia e fraude, dentre outros.