O Governo do Brasil tem "fortes suspeitas" de que a onda de incêndios que afeta principalmente a Amazônia, o Pantanal e o estado de São Paulo seja resultado de uma ação criminosa orquestrada, revelou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em uma coletiva de imprensa em Brasília.
No Pantanal, há dez novos focos de incêndio por semana, enquanto São Paulo registrou 2.316 focos em dois dias, na quinta e na sexta-feira da semana passada.
Os estados mais afetados são Mato Grosso (com 4357 incêndios), Pará (com 3051 focos) e São Paulo (2835), segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) referentes ao período de 19 a 25 de agosto.
Até o momento, a Polícia Federal já abriu 31 inquéritos para apurar a origem das chamas.
"Tem gente colocando fogo"
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou que nenhum dos incêndios detectados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) foi causado por causas naturais.
"Significa que tem gente colocando fogo de maneira ilegal, uma vez que todos os estados do país ja estão avisados e proibiram uso de fogo de manejo", escreveu o mandatário brasileiro na sua conta do X no domingo.
Lula também alegou que cerca de 3 mil brigadistas em todo o país estão trabalhando para combater os focos de incêndio.
O mandatário afirmou ainda que a Polícia Federal investigará os casos, enquanto o Governo "vai trabalhar com os estados no combate aos incêndios".
87% das queimadas na América Latina
De acordo com o INPE, desde janeiro de 2024, 107.133 focos de fogo foram registrados no país, um aumento de 75% em relação ao ano passado. Até o momento, segundo as estatísticas apresentadas, o Brasil responde por 87% das queimadas na América Latina.
As queimadas já levaram à poluição atmosférica, gerando quantidade enorme de fumaça nociva que cobriu o céu do Brasil. A fuligem já se misturou com ar no Distrito Federal e outras cidades grandes, como Belo Horizonte e São Paulo.