Notícias

"O veto será total": Milei confirma seu bloqueio à reforma da aposentadoria na Argentina

Anteriormente, o Senado argentino aprovou uma reforma para aumentar a renda dos aposentados e pensionistas em 8,1%.
"O veto será total": Milei confirma seu bloqueio à reforma da aposentadoria na ArgentinaLegion-Media / Juan Carlos Rojas

O presidente da Argentina, Javier Milei, confirmou que vetará a reforma aprovada pelo Senado para aumentar a renda dos aposentados e pensionistas em 8,1%, o que representou um grande prejuízo para seu projeto político.

"O veto será total", advertiu o presidente nesta sexta-feira em uma entrevista ao canal La Nación+, em meio à agitação causada pela votação no Senado e que marcou uma semana de várias derrotas parlamentares consecutivas para o governo.

No dia anterior, o Gabinete da Presidência já havia emitido uma declaração na qual acusava a lei de ter o único objetivo de destruir o programa econômico do governo.

"O presidente se comprometeu com os argentinos a manter o superávit fiscal a todo custo e assim o fará", afirmou um boletim no qual o governo atacava os legisladores que validaram uma iniciativa que já havia sido aprovada na Câmara dos Deputados.

"O Congresso Nacional, em um ato de populismo demagógico, sancionou um projeto de lei irresponsável, ilegal e inconstitucional que estabelece despesas exorbitantes sem a respectiva rubrica orçamental, o que significaria necessariamente que o governo cairia novamente nas velhas práticas de emissão monetária, aumento de impostos ou endividamento, que são as mesmas receitas que nos levaram ao fracasso nos últimos 100 anos", explicou.

Essa lei, acrescentou, implica um gasto adicional de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o que obriga o Estado a contrair dívidas que deverão ser pagas no futuro pelos jovens argentinos, que hoje são em sua maioria pobres.

"É paradoxal que a classe política se lembre dos aposentados hoje e não durante o Governo de Alberto Fernández e Sergio Massa. Somente em seu último ano, as pensões caíram mais de 30%, acompanhadas por um enorme aumento nos gastos públicos. Enquanto acusam este Governo de liquidar os aposentados, desde janeiro as pensões aumentaram 5% em termos reais, enquanto nós reduzimos os gastos e destruímos a inflação", disse com números cuja veracidade foi questionada por vários economistas.

"Temos plena consciência de que a classe política quer forçar o governo a se opor a essa medida demagógica para obter uma vitória política, mas, como o presidente da nação já disse em inúmeras ocasiões, preferimos dizer uma verdade incômoda a uma mentira confortável", indicou.