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Pequim reforça as patrulhas perto de Taiwan e fortalece influência na área - mídia local

O Ministério dos Transportes da China indicou que a chegada de um grande número de barcos de pesca aumenta o risco de colisão, e prometeu intensificar as patrulhas para garantir a segurança na região.
Pequim reforça as patrulhas perto de Taiwan e fortalece influência na área - mídia localGettyimages.ru / Wang Wangwang

Pequim intensificou as patrulhas no Estreito de Taiwan para intensificar o controle e fortalecer sua influência na área e nas águas disputadas do Mar do Sul da China, informou o South China Morning Post na segunda-feira, citando especialistas.

O veículo de comunicação observa que o Ministério dos Transportes da China realizou uma operação de patrulha e aplicação da lei no Estreito de Taiwan no último fim de semana para "melhorar o controle do tráfego marítimo e as capacidades de resgate de emergência".

A Xinhua informou que três embarcações participaram da patrulha, que durou mais de 30 horas. As embarcações navegaram um total de 413 milhas náuticas (765 quilômetros).

A Guarda Costeira de Taiwan, por sua vez, declarou que "as embarcações não entraram nas águas restritas de Taiwan". "As embarcações cruzaram brevemente a linha mediana por volta do meio-dia de domingo antes de navegar de volta em direção à China", disseram.

Medida para garantir a segurança dos pescadores

Nesse contexto, o South China Morning Post informa que a patrulha ocorre logo após o início da temporada de pesca, que atrai muitas embarcações para a região. A mídia chinesa informa que cerca de 55.000 embarcações de pesca chegaram à área.

Enquanto isso, o Ministério dos Transportes da China, de acordo com a mídia local, reiterou que a chegada de um grande número de embarcações aumenta o risco de colisão. A agência prometeu intensificar as patrulhas para garantir a segurança na região em questão.

Nesse contexto, Song Zhongping, ex-instrutor das Forças Armadas chinesas, enfatizou que as patrulhas são "uma medida de proteção necessária e oportuna para as embarcações continentais, taiwanesas e internacionais e suas tripulações".

Analistas dizem que Pequim quer garantir sua influência

No entanto, vários analistas que falaram com o South China Morning Post argumentaram que as ações de Pequim têm como objetivo garantir sua influência no Estreito de Taiwan.

De acordo com Fu Qianshao, analista militar e ex-oficial do Exército de Libertação do Povo Chinês, Pequim pode estender suas patrulhas ao território do Mar do Sul da China no futuro e está preparada para responder a possíveis "ações provocativas de países estrangeiros".

Enquanto isso, Malcolm Davis, analista do Australian Strategic Policy Institute, afirma que as patrulhas permitem que Pequim "afirme sua presença e influência e desafie os interesses de outros países, mas em um nível inferior ao da guerra". As atividades em questão representam "uma operação de 'zona cinza', que pode ser mascarada por trás de propósitos legítimos, como patrulhas de segurança marítima e inspeções de pesca", declarou.

  • Taiwan se autogoverna com uma administração própria desde 1949, mas Pequim a considera uma parte inalienável de seu território e a maioria dos países, incluindo a Rússia, reconhece a ilha como parte integrante da República Popular da China.