O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, declarou que "a Venezuela tem soberania", e fez uma comparação na quinta-feira com a situação brasileira, argumentando que Jair Bolsonaro também "não aceitou a derrota", e que a decisão final competiu ao judiciário brasileiro. Maduro acrescentou que o governo da Venezuela não fez comentários, reforçando que trata-se de "um assunto do Brasil". "Eu não pratico a diplomacia de microfone", disse o mandatário.
O chefe de Estado da Venezuela enfatizou também que seu governo "condenou a violência e o fascismo" ao abordar os eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
Anteriormente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que não pode reconhecer a vitória de Maduro ou da oposição venezuelana, alegando falta de "dados".
"Se Maduro tiver bom senso, poderia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário que participe todo mundo, e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro para ver as eleições", declarou o chefe de Estado brasileiro em uma entrevista concedida à Rádio T, em Curitiba, divulgada na quinta-feira.
Por sua vez, o assessor especial da Presidência brasileira, Celso Amorim, opinou que o papel do Brasil é encontrar uma solução pacífica, sem estabelecimento de ultimatos, que não são "produtivos".
Ao comentar sobre a situação estabelecida no país, Amorim afirmou que tem a "impressão de que a questão da violência ocorre como uma forma de ameaça (não está claro se se refere à oposição ou ao governo) para tornar a situação mais difícil".
Os resultados oficiais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela confirmaram a vitória de Nicolás Maduro, com 51,95% dos votos, para um terceiro mandato em 2025 - 2031.