Mais de um milhão de meninas afegãs foram proibidas de frequentar a escola desde o retorno dos talibãs
No Afeganistão, nos últimos três anos, enquanto o Talibã* esteve no poder do governo, cerca de 1,4 milhão de meninas não puderam ter acesso à educação secundária, revelou a ONU nesta quinta-feira.
"O Afeganistão é o único país do mundo que proíbe a educação de meninas com mais de 12 anos de idade e de mulheres. Não podemos ficar indiferentes a esse problema. O direito à educação deve ser universal", afirma a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.
De acordo com o relatório, também há problemas com a educação primária no país. Por exemplo, embora as meninas com menos de 12 anos geralmente tenham permissão para receber educação no Afeganistão, o número total de alunos na escola primária caiu significativamente desde 2021.
Em 2022, 5,7 milhões de meninos e meninas estarão matriculados em escolas primárias; 1,1 milhão a menos do que em 2019, antes de o Talibã* chegar ao poder.
"O declínio nas matrículas no ensino fundamental é o resultado da decisão das autoridades de fato de proibir as professoras de ensinar meninos", acrescenta a organização.
- Em agosto de 2021, o Talibã* conquistou quase todo o território do Afeganistão, inclusive as maiores cidades, com pouca resistência. Os militantes entraram na capital, Cabul, no dia 15 de agosto e voltaram ao poder.
*O movimento Talibã, designado como uma "organização terrorista" pelo Conselho de Segurança da ONU, é declarado um grupo terrorista e proibido na Rússia.