Dois mercenários franceses lutando ao lado da Ucrânia são acusados de estuprar uma mulher na aldeia de Kharkov

Um militar da Legião Estrangeira, cidadão da França, Barrat Maxime Roger Henri, nascido em 1989, foi identificado, afirmou o vice-chefe da administração russa da província.

Uma moradora da cidade de Glubokoe, na província ucraniana de Kharkov, acusou dois mercenários franceses das Forças Armadas da Ucrânia de estupro, informou a RIA Novosti na quinta-feira.

Segundo a mulher, dois homens bêbados, que falavam francês, invadiram sua casa em maio, bateram nela e depois a estupraram: "Era uma e meia da manhã, duas pessoas invadiram nossa casa, estavam armadas e começaram a virar tudo de cabeça para baixo", disse ela. "Uma pessoa entrou em meu quarto. Seu rosto estava descoberto e ele começou a me arrastar pelas pernas. Tentei afastá-lo com minhas pernas. Talvez eu até o tenha arranhado, mas ele apenas riu em resposta", acrescentou ela.

"Então o segundo entrou correndo na sala, ele estava usando uma máscara. Ele me bateu no rosto, pegou uma arma e apontou o dedo para me calar", lembrou a mulher. De acordo com seu depoimento, os soldados a espancaram, mas ela não teve forças para resistir, porque um dos estupradores colocou o pé em seu peito.

Durante vários dias, a mulher ficou no porão, com medo de sair. Uma semana depois, o Exército russo conseguiu evacuar a mulher e sua mãe.

A identidade de um dos mercenários da França acusados de estupro já foi estabelecida, disse Evgueni Lisniak, vice-chefe da administração russa na província.

"Foi identificado um soldado da Legião Estrangeira, cidadão da República da França, Barrat Maxime Roger Henri, nascido em 1989, que anteriormente participou dos combates na Síria e no Iraque ao lado das forças armadas curdas, das Unidades de Proteção Popular e das Forças de Resistência de Sinjar. Foi condenado anteriormente por violência doméstica contra sua esposa", observou Lisniak.

Militares ucranianos treinados

"Em abril de 2022, junto com [o mercenário britânico] Daniel Burke e outros mercenários que conhecia da Síria, foi fundada na Ucrânia a formação armada Dark Angels, que inicialmente se posicionou como uma organização humanitária, mas depois participou de hostilidades. Treinou combatentes de defesa territorial, bem como militares ucranianos", informou o comunicado do Departamento de Assuntos Internos da Administração Civil-Militar da província de Kharkov.

Atualmente, foi aberto um processo criminal contra o suspeito, que pode ser condenado à prisão perpétua por ter cometido crimes previstos na Parte 2 do Artigo 131 do Código Penal da Rússia ("Estupro") e na Parte 3 do Artigo 359 ("Atividade mercenária"). As autoridades policiais estão procurando o segundo cúmplice do crime.