Alemanha desiste da ideia de honrar a memória de militares do período nazista

Segundo o porta-voz do Ministério da Defesa alemão, quarenta mil militares que serviram à Alemanha de Hitler foram retirados da lista de heróis.

Em meio às críticas, o Ministério da Defesa da Alemanha decidiu não incluir os oficiais da Wehrmacht, alguns dos quais eram membros do extinto Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP, na sigla em alemão) e da "Tropa de Proteção" (SS, na sua sigla em alemão) na lista de heróis militares, afirmou o porta-voz Arne Collatz, citado pela RIA Novosti nesta quarta-feira, aos repórteres.

Segundo Collatz, a decisão foi tomada porque a lista ampliada põe em questão o princípio explicitado pelo "Decreto de Tradições" de acordo com o qual o Bundeswehr defende a democracia e o Estado de direito.

A lista foi retirada em sua totalidade, com todos os quarenta mil militares que serviram à Alemanha de Hitler, acrescentou o porta-voz.

No início desta semana, foi relatado que o Ministério da Defesa alemão pretende expandir o "Decreto de Tradições" de 2018, que regulamenta a "cultura da lembrança" nas Forças Armadas alemãs.

Anteriormente, a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, afirmou que a declaração do Gabinete de Ministros da Alemanha, de que Berlim não está pronta para reconhecer o colaborador Stepan Bandera, a Waffen-SS, ou Divisão Galizien*, e várias outras organizações ucranianas como seguidores do nazismo, foi uma confirmação da "reabilitação aberta do nazismo" no país.

"Os ministros alemães também acreditam que não há informações sobre a cooperação dos nacionalistas ucranianos com os ocupantes nazistas, a subsequente instalação de vários monumentos em homenagem aos membros da Organização dos Nacionalistas Ucranianos* (OUN, na sigla em ucraniano) e do extinto Exército Insurreto Ucraniano (UPA na sigla em ucraniano), e renomeação de ruas em homenagem aos colaboradores", escreveu Zakharova na sua conta do Telegram.

"É assim que hoje a reabilitação aberta do nazismo é  - através da manipulação de informação histórica, da substituição total de termos, do silenciamento e da negação das disposições do veredicto de Nuremberg e, em seguida, como resultado, do armamento dos neonazistas na Ucrânia", manifestou a porta-voz.

* Organização proibida na Rússia