Entenda as denúncias do jornalista Glenn Greenwald contra Alexandre de Moraes
Segundo reportagem divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo na terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Alexandre de Moraes, sendo chefe do setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na época, utilizou o órgão para produzir relatórios que aprovaram as decisões contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante e após as eleições de 2022.
🚨Tivemos acesso a mais de 6GB de mensagens trocadas por assessores diretos de Alexandre de Moraes no STF e no TSE.Este é nossa primeira reportagem sobre o que o arquivo de mensagens revela. Na @Folha, com @FabioSerapiao.https://t.co/7740pM0C3b
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) August 13, 2024
O jornal afirma ter tido acesso a mais de 6 gigabytes de arquivos e diálogos por mensagens, alguns trechos das quais são reproduzidos na reportagem. Afirma-se que o material obtido pelo veículo provém das fontes que tiveram acesso a dados de um telefone que contém as mensagens, descartando a possibilidade de ser uma interceptação ilegal ou acesso hacker.
Foi revelado que o juiz instrutor Airton Vieira, sendo assessor mais próximo do ministro, através do Whatsapp, pedia de forma informal a Eduardo Tagliaferro, quem liderava a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE na época, os relatórios contra aliados de Bolsonaro.
Além disso, na reportagem foram revelados dois episódios em que Moraes ordenou informalmente fazer os relatórios sobre postagens feitas por Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo, ex-apresentador da Jovem Pan.
Por sua vez, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes explicou que o tribunal tem direito de elaborar relatórios sobre atividades ilícitas, incluindo desinformação, discurso de ódio eleitoral, tentativas de golpe de Estado e atentados à democracia.
O jornalista Glenn Greenwald prometeu revelar mais informações relacionadas ao caso.
"Começamos hoje a publicar uma série de matérias produzidas com base em conversas entre assessores mais próximos de Moraes — incluindo áudios, textos e documentos — documentando o que realmente aconteceu dentro do STF e do TSE em alguns de seus atos mais polêmicos", escreveu Greenwald na sua conta do X na terça-feira.