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Chefe do Comando Sul garante que os EUA têm um "plano de cinco anos" com o Equador sobre segurança

O funcionário detalhou que, para o ano fiscal de 2024, "um total de 124 atividades planejadas" serão desenvolvidas no país sul-americano.
Chefe do Comando Sul garante que os EUA têm um "plano de cinco anos" com o Equador sobre segurançaGettyimages.ru / Drew Angerer

A general Laura Richardson, comandante do Comando Sul dos EUA (Southcom), garantiu que seu país tem um "plano de cinco anos" para a segurança no Equador.

"Temos uma série de coisas que fizemos recentemente com o Equador. Por exemplo, o Roteiro de Assistência à Segurança, chamado ESAR, com o Equador. E há apenas um outro país na região com o qual assinamos esse roteiro", disse Richardson em uma entrevista ao Primicias.

De acordo com o funcionário, trata-se de um plano de cinco anos que traça as linhas gerais "para a cooperação em segurança" e que inclui um grupo de trabalho binacional para facilitar os intercâmbios "entre o Pentágono e o Equador".

Ele também explicou que para o ano fiscal de 2024, que começou em 1º de outubro nos EUA, eles têm "um total de 124 atividades planejadas no Equador".

Richardson chegou ao país andino em 22 de janeiro e, desde então, reuniu-se com o presidente, Daniel Noboa; com a procuradora-geral, Diana Salazar; com o ministro da Defesa, Giancarlo Loffredo; com a ministra do Governo e do Interior, Monica Palencia; com os altos comandantes das Forças Armadas e da Polícia, entre outras autoridades. Esta é sua segunda visita ao Equador, após a de setembro de 2022.

Na entrevista ao referido meio de comunicação, Richardson, que foi acompanhado nessa visita por Christopher Dodd, assessor do presidente Joe Biden para o Hemisfério Ocidental, disse que a viagem se concentrou "na segurança e na situação atual do Equador", bem como "nos enormes esforços para combater a atividade criminosa", após a decisão de Noboa de declarar um conflito armado interno e identificar 22 gangues como organizações terroristas.

"Doaremos quase um milhão de dólares em equipamentos muito necessários", disse a autoridade americana, ao mencionar que os dois países têm um "portfólio de investimentos muito sólido" de US$ 93,4 milhões em cooperação de forças militares entre o Comando Sul dos EUA e o exército equatoriano. Isso inclui a transferência de equipamentos militares, assistência humanitária e resposta a desastres, educação militar profissional, treinamento em assistência cibernética, intercâmbio de forças especiais, entre outros.

Ele lembrou que, além do ESAR, outros acordos foram assinados entre Quito e Washington, como o Status of Forces Agreement (SOFA), que estabelece a estrutura sob a qual o pessoal militar dos EUA opera em outro país. Esse é o chamado "acordo do navegador" que, de acordo com Richardson, permite que as forças policiais equatorianas estejam em embarcações dos EUA.

Da mesma forma, a Joint Interagency Task Force South, com sede em Key West, Flórida, para a detecção e o monitoramento do tráfico ilícito de drogas por via marítima e aérea, tem realizado missões em Galápagos.

"Queremos fortalecer a segurança do Equador. Queremos ajudar o Equador a superar isso, e não é apenas o Equador, mas todos os outros países da região que estão sendo desafiados por essas ameaças criminosas, mudanças climáticas, secas, insegurança alimentar, resposta a desastres, migração irregular", enfatizou Richardson.

Transparência

Na última terça-feira, em uma declaração, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) pediu a Noboa que tornasse transparentes os acordos assinados com os EUA no contexto do conflito armado interno.

"Como povos e nacionalidades, instamos o presidente Noboa e seu governo a tornar transparentes os acordos assinados, a extensão da interferência dos EUA nas decisões do Estado equatoriano", disse a organização.

A Conaie lembrou que, em 19 de janeiro, Richardson se referiu ao interesse de Washington em manter sua presença na América Latina.

Na ocasião, ela disse: "Por que essa região é importante? Com todos os seus ricos recursos e elementos de terras raras, temos o triângulo do lítio, que hoje é necessário para a tecnologia. Sessenta por cento do lítio do mundo está no triângulo do lítio: Argentina, Bolívia e Chile". O chefe do Comando Sul também mencionou "as maiores reservas de petróleo", que estão na Venezuela, bem como "a Amazônia, o pulmão do mundo" e "31% da água doce do mundo".