Quais foram os destaques da "entrevista do século" de Trump com Musk?

A conversa entre o ex-presidente e o proprietário da rede social foi transmitida ao vivo, embora tenha começado com problemas.

O atentado do qual sobreviveu há apenas um mês, a crise imigratória, o complicado cenário internacional e o questionamento do mandato de Joe Biden e de sua vice Kamala Harris marcaram a entrevista que o candidato à presidência Donald Trump concedeu ao famoso empresário Elon Musk na rede social X.

Durante a conversa, transmitida ao vivo pelo X na noite de segunda-feira, Musk comentou que um gráfico que apresentava dados sobre imigração ilegal nos EUA durante o comício de Butler, na Pensilvânia, em 13 de julho, aparentemente foi a chave para que Donald Trump movesse a cabeça em sua direção segundos antes do tiroteio. O ex-presidente aceitou a sugestão, dizendo: "A imigração ilegal salvou minha vida. Você tem razão".

Relembrando o ataque, o ex-presidente disse que ficou surpreso com a rápida reação dos agentes do Serviço Secreto dos EUA, que o cercaram após ele ter sido ferido na orelha, embora, ao mesmo tempo, tenha se perguntado no local o porquê do telhado onde o atirador estava localizado não estar dentro da cobertura de segurança.

Trump também destacou o fato de que seus apoiadores que compareceram ao comício naquele dia permaneceram no local, apesar de terem testemunhado o ataque. "Não havia ninguém fugindo, não havia ninguém debandando", lembrou ele.

Trump também anunciou que planeja voltar ao local de sua tentativa de assassinato para um comício em outubro. "Já estamos preparados e o povo de Butler é fantástico", sublinhou o ex-presidente.

"Ela é mais incompetente do que ele"

Sobre seus rivais democratas, o republicano observou que a vice-presidente e candidata Kamala Harris "é mais incompetente" do que o atual presidente norte-americano, Joe Biden, que se retirou da disputa em 21 de julho.

"Francamente, acho que ela é mais incompetente do que ele. E isso é dizer muito, porque ele não é muito bom", afirmou Trump.

O ex-presidente observou que, na última semana de seu mandato, o país apresentou os menores níveis de imigração ilegal. "Fiquei muito orgulhoso desses números. Kamala e Joe, veja o que aconteceu, eles largaram tudo", lamentou.

Ele também lembrou que Harris recebeu a tarefa central de resolver o problema dos imigrantes ilegais na fronteira dos EUA. "Ela foi nomeada czarina da fronteira [...] e nem sequer foi até lá. Ela foi para um lugar que não tinha nada a ver com o local do problema", explicou.

Segundo Trump, Harris "estava totalmente no comando" e "poderia ter fechado a fronteira".

Como resultado, argumentou, os EUA terão a "maior deportação da história", enfatizando que não há outra opção se quisermos evitar níveis extremamente altos de criminalidade.

Além disso, o ex-presidente opinou que "Biden tinha um QI baixo há 30 anos", embora, segundo ele, "agora talvez não tenha QI algum".

Ofertas de Musk para a futura Administração

O proprietário da X ofereceu sua ajuda à futura administração em relação aos cortes de gastos públicos, caso Trump vença a eleição de novembro.

"Acho que seria ótimo ter uma comissão de eficiência governamental para garantir que o dinheiro tão difícil de ganhar para os contribuintes seja gasto com sabedoria. Ficaria feliz em ajudar nessa comissão. Adoraria que fosse criada", opinou o bilionário.

Trump respondeu que "adoraria" ter Musk envolvido e valorizou sua eficácia na redução de custos no X, na Tesla, SpaceX e Neuralink, as empresas que administra.

Ataque massivo de DDOS

A transmissão do X começou com atraso devido a problemas técnicos que Musk atribuiu a um ataque massivo de DDOS na rede social.

"Estamos trabalhando para consertar isso", disse o proprietário da rede social. Musk também indicou que na segunda-feira haviam testado o sistema "com 8 milhões de ouvintes simultâneos".