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Indústria bélica alemã aumenta seus lucros em meio ao conflito na Ucrânia

A gigante de armas alemã Rheinmetall aumentou suas vendas em um terço este ano, declarando que "o conflito na Ucrânia melhorou significativamente" seus negócios.
Indústria bélica alemã aumenta seus lucros em meio ao conflito na Ucrânia

A Rheinmetall, principal fabricante de armas da Alemanha, anunciou que quase dobrou seu lucro operacional no primeiro semestre de 2024, e agora tem um número recorde de pedidos no valor de mais de US$ 50 bilhões (R$ 274 bilhões). A empresa disse que o conflito na Ucrânia "melhorou significativamente o desempenho dos negócios".

Em um comunicado na quinta-feira, a empresa sediada em Düsseldorf disse que as vendas no primeiro semestre deste ano aumentaram em um terço, para € 3,8 bilhões (R$ 22 bilhões), enquanto o lucro operacional aumentou em 91%, para € 404 milhões (R$ 2,5 bilhões). Os pedidos da empresa tem agora representam um valor recorde de € 48,6 bilhões (R$ 291 bilhões), informou o comunicado.

"Os negócios com as forças armadas da Alemanha e com as nações parceiras da UE e da OTAN, juntamente com a assistência à Ucrânia, continuam a melhorar significativamente o desempenho dos negócios", diz o comunicado.

Antes do início do conflito na Ucrânia, as vendas de peças para a indústria automotiva civil representavam mais de um terço dos negócios da Rheinmetall. No entanto, as vendas civis da empresa caíram, enquanto a demanda por seus produtos militares - incluindo tanques, veículos blindados, artilharia e sistemas de defesa aérea - aumentou significativamente.

Novos investimentos para lucrar com o conflito

Atualmente, a Rheinmetall está construindo uma nova fábrica na Baixa Saxônia, que deverá produzir cerca de 100.000 projéteis de artilharia por ano a partir do segundo ano de operação. Em maio, a empresa disse que seu objetivo era construir 700.000 desses projéteis em todas as suas fábricas até o próximo ano.

É improvável que esse aumento no fornecimento atenda à demanda da Ucrânia. No início deste ano, as autoridades ucranianas anunciaram que precisariam de 20.000 projéteis de 155 mm por dia para igualar a produção das armas russas. O consumo de projéteis da Ucrânia, combinado com a demanda pela mesma munição de Israel e o aumento dos custos de energia na Europa, elevou o preço de um único projétil de 155 mm para entre US$ 5.000 e US$ 10.000, informou a Defense News em junho.

No ano passado, a Rheinmetall disse que os preços dos projéteis provavelmente subiriam ainda mais com o prolongamento do conflito na Ucrânia.

A Rheinmetall abriu um centro de manutenção de tanques no oeste da Ucrânia em junho e planeja construir mais fábricas de munição e defesa aérea em solo ucraniano. A Rússia advertiu que consideraria essas instalações como "alvos legítimos", e esse risco de ataques russos teria assustado os concorrentes americanos da Rheinmetall, que não querem investir na Ucrânia.