A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou na quarta-feira uma imagem tirada pela sonda Mars Express mostrando uma região de Marte que pode ter abrigado o maior lago do planeta vermelho há 3,7 bilhões de anos.
Marte nem sempre foi um mundo desolado e coberto de poeira. Os cientistas sugerem que, em um passado distante, a água pode ter corrido pela superfície marciana em rios e córregos, finalizando seu percurso em depressões no terreno.
O maior corpo de água permanente que já se formou no planeta foi o lago Eridania, que atingiu uma área de superfície de mais de um milhão de quilômetros quadrados. De acordo com a ESA, esse antigo lago continha mais água do que todos os lagos de Marte juntos, o suficiente para encher o mar Cáspio três vezes.
Também foi explicado que, com a mudança do clima do planeta, o Eridania começou a diminuir de tamanho, dividindo-se gradualmente em uma série de pequenos lagos que depois secaram completamente.
Como o antigo lago se parece hoje
A nova fotografia da Mars Express mostra que o antigo leito do lago Eridania está cheio de montes elevados, que se acredita terem se formado como resultado de ventos antigos que arrastaram poeira em Marte.
Além disso, a imagem mostra sinais de vulcanismo dentro e nos arredores da região. De acordo com a ESA, há longas rachaduras, conhecidas como falhas "Sirenum Fossae", que atravessam tanto o leito do algo quanto parte do terreno da região. A formação desse par de fraturas está associada à origem de Tharsis, a maior região vulcânica do planeta vermelho, que tem aproximadamente 4.000 quilômetros de extensão e uma elevação de 10 quilômetros.
Por outro lado, a ESA detalha que a atividade vulcânica também desempenhou um papel na formação de inúmeras cristas, que se parecem com linhas onduladas que cruzam horizontalmente a imagem. Essas cristas deformadas são frequentemente encontradas em planícies vulcânicas e ocorrem quando a superfície é comprimida.
Também é possível observar que a paisagem do antigo lago foi afetada pelos impactos de rochas espaciais. A grande cratera central revela evidências de material fluido e canais formados em seu interior. Isso indica que a água pode ter existido ali inclusive após o desaparecimento do lago Eridania.