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Brasil defende urgência de atender recurso apresentado pela África do Sul contra Israel por crimes de genocídio em Gaza

O embaixador do Brasil na ONU instou à comunidade internacional "ir além das declarações de desejo e se engajar no diálogo e no compromisso que se traduzem em ação".
Brasil defende urgência de atender recurso apresentado pela África do Sul contra Israel por crimes de genocídio em GazaLegion-media.ru / Lev Radin/Sipa USA

O embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Sérgio Danese, defendeu nesta quarta-feira a urgência de atender o recurso apresentado, na Corte Internacional de Justiça, pela África do Sul contra Israel por causa dos crimes cometidos na Faixa de Gaza.

"As medidas provisórias solicitadas pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça com o objetivo de prevenir o risco de genocídio exigindo a suspensão imediata das operações militares em e contra Gaza são muito urgentes e necessárias", disse Danese no Conselho de Segurança da ONU.

Segundo o representante brasileiro, o pedido "não só pode possibilitar a ajuda humanitária necessária e salvar vidas civis, mas também pode contribuir para a criação de um ambiente propício para a restauração do diálogo político e para a retomada das negociações visando à solução de dois Estados".

"Não pode haver solução militar para as causas profundamente enraizadas de tensão e hostilidade. Outras ações militares apenas aprofundarão os ressentimentos e o ódio e, em última análise, perpetuarão o ciclo de violência, com efeitos prejudiciais para toda a região e para o mundo", alertou.

"Paz duradoura na região"

Danese ainda destacou a necessidade de uma "paz duradoura na região", mas reconheceu que agora um cessar-fogo é "possivelmente a única alternativa que pode preservar a capacidade da comunidade internacional de fazer isso depois". 

Nesse contexto, Danese instou à comunidade internacional "ir além das declarações de desejo e se engajar no diálogo e no compromisso que se traduzem em ação".

"Há necessidade de diplomacia real e vontade política verdadeira que possibilitem ações multilaterais eficazes", disse.

Ao mesmo tempo, reiterou o pedido do Brasil por um "cessar-fogo imediato em Gaza, antes que não haja mais nada a ser salvo".

"Um cessar-fogo é necessário para proteger os civis não apenas de ataques militares indiscriminados ou desproporcionais, mas também da morte por fome e doenças", expressou.