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González Urrutia se autoproclama "presidente eleito" da Venezuela

Em um comunicado, o ex-candidato da oposição conclamou as Forças Armadas a rejeitarem o presidente reeleito, Nicolás Maduro.
González Urrutia se autoproclama "presidente eleito" da VenezuelaGettyimages.ru / Jeampier Arguinzones

O ex-candidato da oposição Edmundo González Urrutia se autoproclamou "presidente eleito" da Venezuela na segunda-feira, após rejeitar os resultados das eleições de 28 de julho, que ratificaram a reeleição do atual mandatário, Nicolás Maduro.

Em um comunicado, González Urrutia fez um chamado às Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) e reivindicou a vitória, apesar de não ter apresentado provas da suposta "fraude" alegada pela oposição.

"Obtivemos 67% dos votos, enquanto Nicolás Maduro obteve 30%. Essa é a expressão da vontade popular", escreveu o opositor, endossando números que não são sustentadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

De acordo com o texto publicado na rede social X, Maduro "se recusa a reconhecer que foi derrotado", razão pela qual justificou a aplicação de uma medida de força que desrespeitaria as instituições venezuelanas. "Agora cabe a todos nós fazer com que a voz do povo seja respeitada. Procede, de imediato, a proclamação de Edmundo González como presidente eleito da República", diz a comunicado.

O movimento da oposição já havia sido antecipado na semana passada por Maduro, que advertiu que o setor da direita radical estava buscando um golpe de Estado para estabelecer um "Guaidó 2.0", referindo-se à autoproclamação do ex-deputado Juan Guaidó como "presidente interino" em 2019, com o apoio dos Estados Unidos.

"O Governo dos EUA, juntamente com Elon Musk e a internacionalidade fascista de Milei, estão na vanguarda de um processo de desestabilização e de um golpe de Estado contra o povo e contra a democracia venezuelana", denunciou Maduro na última sexta-feira.

O comunicado divulgada por González também é assinado pela ex-deputada María Corina Machado, que horas antes emitiu declarações ameaçando "consequências terríveis" para o país se Maduro não cedesse à pressão da oposição.

"O que está por vir é um processo de desestabilização com enormes e terríveis consequências, não apenas em vidas, mas também em destruição interna, e um processo de migração em massa que afeta e desestabiliza a região", disse Machado em uma entrevista à GloboNews.

Golpe de Estado contra Maduro

Nesta tarde, o primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, advertiu que o plano da oposição extremista era incitar o ódio e as ameaças contra o país, como parte de um plano de golpe de Estado contra o presidente Maduro.

"Ela não assume a responsabilidade pelo que faz", disse Cabello, acusando esses setores da oposição de mentir para o povo. "Aqueles que estão inventando histórias ficarão sozinhos", apontou.

O líder socialista assegurou que a oposição radical tem cantado fraudes sem ter provas que atestem essa versão e, ao invés disso, está determinada a promover ações "terroristas", incentivando o "ódio" contra as forças do chavismo. "É o fascismo que os caracteriza", expressou.