O Governo venezuelano anunciou nesta segunda-feira que chegou a um acordo com o Brasil para que o país guardasse as missões diplomáticas da Argentina e do Peru que estão em território venezuelano.
Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela especificou que essa custódia, além da sede diplomática, inclui os bens, arquivos e representação dos interesses argentinos e peruanos na Venezuela.
O Brasil, por meio de sua Embaixada, é o representante dessas duas nações sul-americanas desde 1º de agosto.
A decisão foi tomada de acordo com "os princípios e propósitos de cooperação e respeito mútuo que regem a Convenção de Viena de 1961 sobre Relações Diplomáticas e a Convenção de Viena de 1963 sobre Relações Consulares".
O acordo ocorre após Caracas ter rompido relações com Lima em resposta às declarações das autoridades peruanas que questionaram o triunfo de Nicolás Maduro como presidente reeleito, após os resultados oferecidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Da mesma forma, o país sul-americano decidiu, na semana passada, retirar o pessoal diplomático da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, e exigiu que esses países fizessem o mesmo em território venezuelano, depois de classificar seus governos como "interferentes" por seus comentários sobre o sistema eleitoral venezuelano.
Por sua vez, o presidente da Argentina, Javier Milei, e a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, descreveram as eleições venezuelanas como "fraude".
Em meio a essas tensões, Brasília assumiu a representação diplomática da Argentina em Caracas na semana passada.