Milhares de pessoas juntaram-se aos protestos anti-governo em diferentes cidades do Bangladesh neste sábado, tendo como principais demandas a libertação de lideranças estudantis e a responsabilização pelas mortes de centenas de manifestantes ao longo de atos similares no último mês.
Por mais que os protestos na capital do país, Daca, tenham sido pacíficos, o caos tomou conta de outras regiões, nas quais indivíduos carregando pedaços de pau e outros objetos foram vistas em confrontos com as autoridades locais.
"Estamos exigindo a renúncia da [primeira-ministra] Sheikh Hasina. Sua renúncia não é suficiente; ela precisa ser levada à justiça por todos os assassinatos e sequestros. Não é apenas Sheikh Hasina, todo o gabinete tem que renunciar", afirmou Nahid Islam, uma das principais lideranças por trás dos protestos, à mídia local.
Protestos violentos tem sido uma realidade no país há algum tempo. No mês passado, conforme apuração prévia da RT Brasil, ao menos 105 pessoas foram mortas nas cenas caóticas, enquanto mais de 2.500 ficaram feridas. A principal das exigência dos manifestantes era o fim do polêmico sistema de cotas, reservando até 30% dos empregos governamentais para familiares de veteranos que lutaram na guerra de independência de Bangladesh em 1971.
Apesar da Suprema Corte bangladense ter diminuído o percentual de vagas para 5% e da disposição da primeira-ministra a dialogar com as lideranças dos movimentos, os manifestantes seguem determinados, impulsionados por outras bandeiras como o crescente custo de vida no país.