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Oposição venezuelana não consegue provar suposta vitória, diz Amorim

O assessor especial da Presidência brasileira comentou que a eleição transcorreu "em um ambiente surpreendentemente calmo", de forma tranquila.
Oposição venezuelana não consegue provar suposta vitória, diz AmorimLegion-media.ru / DIDA SAMPAIO

O assessor especial da Presidência brasileira, Celso Amorim, afirmou que a oposição venezuelana não consegue comprovar a vitória referente ao pleito realizado no domingo, 28 de julho, no qual o atual presidente, Nicolás Maduro, foi proclamado vencedor.

"A oposição não consegue provar o contrário; ela consegue colocar dúvidas mas não provou o contrário. Então é preciso um pouco de cautela", disse em entrevista à Rede TV, gravada na manhã de quinta-feira.

Nesse sentido, destacou que cabe ao Governo da Venezuela demonstrar quem venceu a eleição.

Amorim, que viajou para Caracas no último sábado, comentou que a eleição transcorreu "em um ambiente surpreendentemente calmo", de forma tranquila, e observou que o principal problema está na demora para a apuração dos resultados e na "contradição" entre as alegações da oposição e do Governo. No entanto, reconheceu que "muitas vezes é preciso esperar um pouco mais".

"Eu acho que o Brasil evita atitudes precipitadas nessas questões porque, muitas vezes, você realmente precisa de tempo", declarou, lembrando que o sistema eleitoral venezuelano "é reconhecido pela própria oposição" como sendo "invulnerável".

Ainda na quinta-feira, Brasil, México e Colômbia emitiram um comunicado conjunto enfatizando que "as controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional", ao mesmo tempo em que reforçaram que "o princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados".

Relação Brasil-Venezuela

Amorim ainda lembrou que, em 2002, durante a tentativa de golpe contra Hugo Chávez, o Brasil teve um papel para "amainar as questões", que, inclusive, escalaram para uma quase guerra com a Colômbia.

Nesse sentido, o ex-chanceler afirmou que o Governo Lula está tentando retomar as relações que foram perdidas durante o período Temer e, sobretudo, no período Bolsonaro, quando a Embaixada brasileira na Venezuela foi fechada.