ONU adverte que o tráfico de pessoas afeta "seriamente" as crianças no México

A organização observou que "crianças e adolescentes migrantes e refugiados desacompanhados podem ser os principais alvos dos traficantes".

A ONU alertou que o tráfico de pessoas é um crime que afeta seriamente as crianças no México e lembrou que entre 140.000 e 250.000 menores correm o risco de serem recrutados em 2021.

Em um comunicado divulgado por ocasião do Dia Internacional contra o Tráfico de Pessoas, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) afirmou que crianças e adolescentes estão particularmente expostos a "mendicância, casamentos forçados, exploração sexual e seu uso em atividades criminosas".

"Especificamente, foi identificado o recrutamento de crianças e adolescentes para 'halconeo' [observação ou espionagem], tráfico de drogas, tráfico ilícito de migrantes, entre outros crimes", destacou.

Segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), globalmente, uma em cada três vítimas de tráfico é menor de idade.

Crianças desacompanhadas

O documento acrescenta que, em 2023, "6% de todas as crianças e adolescentes em mobilidade no México estavam desacompanhados, o que equivale a 6.732 de 113.542 crianças e adolescentes migrantes em situação irregular".

"Crianças e adolescentes migrantes e refugiados desacompanhados podem ser os principais alvos dos traficantes. Os meninos, em sua maioria, são recrutados para atividades criminosas, enquanto as meninas enfrentam um risco maior de exploração sexual", relatou.

De acordo com a Secretaria Executiva do Sistema Nacional de Segurança Pública, de 2020 a 2024 "foram registrados 958 expedientes de investigação por tráfico de pessoas de crianças e adolescentes no México, dos quais 740 correspondem a meninas e adolescentes e 218 a meninos e adolescentes".

A ONU destacou a urgência de "não deixar nenhuma criança para trás na luta contra o tráfico de pessoas". Também destacou iniciativas como a do UNODC, que oferece proteção e ferramentas para a prevenção e o cuidado das vítimas em comunidades indígenas e afro-mexicanas.

"Nessas comunidades, a principal preocupação é o uso de crianças em atividades ilícitas, exacerbado por problemas estruturais, como a falta de oportunidades educacionais e de emprego", completou.