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Brasil rejeita "nova Guerra Fria" e busca participação da China na industralização

Em entrevista à imprensa chinesa, o vice-presidente Geraldo Alckmin destacou o potencial da cooperação em setores como semicondutores e bioinovação.
Brasil rejeita "nova Guerra Fria" e busca participação da China na industralizaçãoVice-presidência da República

Em uma entrevista publicada em condição de exclusividade pela imprensa chinesa nesta segunda-feira, Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil e coordenador da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação, rejeitou as avaliações de analistas que alertam sobre uma "nova Guerra Fria" entre Pequim e Washington.

"Acredito que o termo 'nova Guerra Fria' pode dar a impressão de um racha que, do ponto de vista brasileiro, queremos evitar que se solidifique", afirmou ao jornal SCMP. "Não acho que o Brasil precise escolher um relacionamento com um parceiro em detrimento de outro. Manteremos um relacionamento de alto nível com a China sem prejudicar nossas relações com outros parceiros tradicionais", acrescentou.

O vice-presidente também falou sobre uma reclamação que Brasília sustenta há décadas a respeito de suas relações com Pequim: o de que sua agenda de exportações com a China é muito focada em commodities, produtos de baixo valor agregado. 

Nesse contexto, Alckmin destacou o potencial de colaboração dos chineses no Nova Indústria Brasil (NIB) - um programa que busca estimular a inovação e o desenvolvimento do setor industrial através de subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos federais.

"Queremos promover parcerias produtivas e tecnológicas altamente sofisticadas em áreas como semicondutores, bioinovação, tecnologia da informação, economia digital", afirmou Alckmin, apontando para a possibilidade de que empresas chinesas, motivadas pela busca por matrizes energéticas limpas, transportem etapas de seu processo produtivo para o Brasil.