Oposição venezuelana rejeita resultados das eleições presidenciais

María Corina Machado alegou, sem apresentar provas, que Edmundo González Urrutia foi o vencedor das eleições de 28 de julho.

A coalizão de oposição da Venezuela, Plataforma Unitária (PU), cujo candidato é o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, refutou os resultados das eleições presidenciais de domingo, que deram a Nicolás Maduro um terceiro mandato com 51,2% dos votos.

"Os venezuelanos e o mundo inteiro sabem o que aconteceu no dia da eleição de hoje. Todas as regras foram violadas aqui, a ponto de a maioria das apurações ainda não ter sido entregue", disse González Urrutia em declarações à mídia.

Em sua opinião, sua mensagem de "mudança e reconciliação em paz" continua "válida". "Nossa luta continua e não descansaremos até que a vontade do povo venezuelano seja respeitada", advertiu.

Por sua vez, a política María Corina Machado, de oposição, afirmou que, de acordo com suas informações, o candidato do PU havia saído vitorioso na disputa. "Neste momento, continuamos registrando a vitória de Edmundo González Urrutia em toda a Venezuela", disse ela, sem mostrar nenhuma prova.

Em sua opinião, esse setor não aceitará a "chantagem de que a defesa da verdade é violência", porque o que constitui um ato violento é "ultrajar a verdade", que é o que, segundo ela, seria a intenção do CNE.

"Gostaríamos de pedir, em nome do próximo e eleito presidente da Venezuela, a cada um de nossos funcionários das seções eleitorais e testemunhas em nossos centros de votação [...] que ninguém saia dali, peço a todas as comunidades da Venezuela que em família para acompanhá-los em todos os centros de votação", solicitou, enquanto dizia que "nos próximos dias" anunciaria as novas ações a serem tomadas.

Sem provas

Anteriormente, Machado expressou dúvidas em público sobre a confiabilidade da contagem realizada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). "Venezuelanos, isso é até o fim. Isso significa que todos nós ficaremos nos centros de votação até que os votos sejam contados e as atas sejam obtidas", diz parte de um post que ela publicou no X, antes de o órgão emitir o primeiro boletim.

Da mesma forma, sua representante perante o CNE, Delsa Solórzano, denunciou à imprensa uma suposta paralisação da totalização na sala de apuração da autoridade eleitoral, embora não tenha apresentado provas do que estava dizendo.

No momento da apresentação do primeiro boletim, o presidente do CNE, Elvis Amoroso, informou que houve um atraso no processo de totalização devido a um ataque de computador.

Reeleição

A vitória de Maduro, que o credencia a governar a Venezuela durante o mandato presidencial de 2025 a 2031, foi apoiada por 5 milhões 150 mil 092 eleitores, 51,20% dos resultados endossados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), anunciou Amoroso, em declarações da sede do Poder Eleitoral em Caracas.

Esse primeiro boletim com uma "tendência convincente e irreversível", indicou Amoroso, foi emitido após a transmissão de 80% dos votos apurados e com um comparecimento de 59% dos eleitores.