A Boeing se declarou culpada de uma acusação de conspiração de fraude criminal e pagará uma multa de pelo menos 243,6 milhões de dólares em relação a dois acidentes fatais de seus aviões modelo 737 Max em 2018 e 2019 que deixaram 346 pessoas mortas, relatou nesta quinta-feira a Reuters.
A fabricante de aeronaves confirmou que havia entrado com um acordo de confissão com o Departamento de Justiça dos EUA. "Continuaremos a trabalhar de forma transparente com nossos reguladores à medida que tomamos medidas importantes na Boeing para fortalecer ainda mais nossos programas de segurança, qualidade e conformidade", disse a gigante aeroespacial.
Além de pagar uma multa, a Boeing terá que fornecer pelo menos 455 milhões de dólares nos próximos três anos para promover seus programas de segurança e conformidade, um valor 75% maior do que os gastos planejados anteriormente pela empresa em seu programa de conformidade corporativa.
De acordo com as declarações do Departamento de Justiça dos EUA, o acordo final também inclui a nomeação de uma inspetoria independente, que será obrigada a apresentar relatórios públicos anuais de progresso para monitorar a conformidade da multinacional com as regras.
A gigante aeroespacial foi acusada em maio em um tribunal federal no Texas por supostamente violar um acordo de 2021 relacionado aos acidentes ao não fazer as mudanças prometidas para detectar e evitar violações das leis federais antifraude.
Segundo a investigação do Departamento de Justiça dos EUA, a Boeing não conseguiu garantir que os funcionários documentassem a remoção de peças durante a fabricação de aeronaves, bem como não alertou os pilotos e as autoridades sobre uma grande atualização de software para um sistema de controle de voo em sua aeronave 737 Max que estava ligada a ambos os acidentes.