Casa Branca prevê "consequências desastrosas" para a Ucrânia se o apoio dos EUA for interrompido

Uma possível interrupção do apoio militar de Washington a Kiev prejudicaria as perspectivas de assistência à Ucrânia por parte dos países europeus, afirmou o coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, na segunda-feira.

"Nossos aliados e parceiros estão observando atentamente o que vamos fazer aqui, porque a liderança americana tem sido fundamental no apoio à Ucrânia", disse o alto funcionário.

De acordo com Kirby, Washington "liderou o caminho não apenas nas contribuições, mas também na coordenação das contribuições de outras nações" para o Governo ucraniano. Kirby admitiu que é "totalmente possível" que alguns países parem de financiar e armar Kiev.

"Devemos esperar que alguns de nossos aliados e parceiros tenham que tomar decisões diferentes se virem a liderança americana vacilar aqui ou se os Estados Unidos deixarem de apoiar a Ucrânia", reiterou ele, alertando que tal medida poderia ter "consequências potencialmente desastrosas para a Ucrânia".

"A Ucrânia não conseguirá sobreviver sem a ajuda dos EUA"

Mais cedo, o presidente ucraniano Vladimir Zelensky reconheceu que "a Ucrânia não seria capaz de sobreviver sem a ajuda dos EUA". Ao mesmo tempo, ele lamentou que o apoio ocidental tenha diminuído recentemente, apesar do fato de que, durante suas reuniões com seus aliados, eles o abraçam, dizem que ele é muito forte e o chamam de "líder do mundo livre".

"Se o povo ucraniano não tivesse um presidente assim [...] poderíamos ter perdido metade da Europa [...]. E temos que dar a eles tudo o que temos", disse ele, citando líderes ocidentais. No entanto, logo depois de dizer isso, eles cortaram a ajuda, ele criticou. "Eles nos ajudaram muito a nos apoiar e acho que poderiam nos ajudar mais a vencer", concluiu Zelenski.

• A assistência militar e financeira que a Ucrânia recebia regularmente de seus aliados ocidentais diminuiu drasticamente desde o fracasso de sua contraofensiva lançada em junho. Um projeto de lei dos EUA para fornecer mais de US$ 61 bilhões em ajuda a Kiev continua bloqueado no Senado.