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Guterres: África precisa de assento permanente no Conselho de Segurança da ONU

Para o secretário-geral, a falta de representação do continente representa uma "injustiça flagrante"
Guterres: África precisa de assento permanente no Conselho de Segurança da ONUX (Twitter) / @KagutaMuseveni

O fato de que nenhum país africano possui assento permanente no Conselho de Segurança da ONU representa uma "injustiça flagrante", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em uma conferência de imprensa realizada no domingo.

Para o secretário-geral, a estrutura atual do Conselho de Segurança está paralisada por divisões geopolíticas e não reflete a realidade do mundo contemporâneo.

Hoje, a entidade é formada por 15 membros. Cinco deles (Rússia, China, EUA, Reino Unido e França) são permanentes, tendo o direito de vetar qualquer resolução. Os outros são rotativos.

Dentre os rotativos, indicados em eleições anuais, Argélia, Moçambique e Serra Leoa atuam como representantes do continente africano.

"É uma clara injustiça, uma flagrante injustiça, o fato de não haver um único membro permanente africano no Conselho de Segurança. E isso é resultado do fato de que a maioria dos países da África não era independente quando as instituições da ONU foram criadas. Mas em declarações recentes, declarações públicas, vi os membros permanentes serem favoráveis a pelo menos um membro permanente africano. (...) Portanto, pela primeira vez, tenho esperança de que pelo menos uma reforma parcial do Conselho de Segurança da ONU seja possível".

A União Africana (UA), composta por 55 nações, há muito tempo busca uma representação permanente no Conselho de Segurança. Em 2005, o bloco criou o grupo C-10, com o objetivo principal de apresentar, defender e angariar apoio para a posição comum africana sobre as reformas na entidade. Ele busca dois assentos permanentes no conselho.

No ano passado, o presidente russo Vladimir Putin declarou seu apoio aos pedidos para que a UA tenha um assento no Conselho de Segurança da ONU e no G20, afirmando seria positivo para garantir que as vozes do continente africano sejam fortemente ouvidas.