Membros do alto escalão do Governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, provavelmente perderão seus cargos se a vice-presidente Kamala Harris se tornar a próxima chefe da Casa Branca, informou na segunda-feira o The Wall Street Journal, citando autoridades norte-americanas.
De acordo com os informantes, o conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan, o secretário de Estado Antony Blinken e o secretário de Defesa Lloyd Austin são os principais indicados de Biden que provavelmente não serão renomeados para suas funções atuais.
Por outro lado, espera-se que, em uma hipotética Administração Harris, haja uma reestruturação na equipe de Segurança Nacional. Fontes disseram que o atual conselheiro de Segurança Nacional do vice-presidente dos EUA, Philip Gordon, poderia desempenhar um papel fundamental na abordagem das questões de vigilância do país em um possível Governo Harris.
Gordon atuou como funcionário do Departamento de Estado para a Europa durante o Governo de Barack Obama e, posteriormente, ocupou um cargo sênior na Casa Branca para assuntos do Oriente Médio. Segundo o WSJ, nesse último cargo, Gordon não acreditava nos planos de fornecimento de armas aos oponentes do presidente sírio Bashar al-Assad.
Além disso, o veículo aponta para o discurso de Gordon em Israel no mês passado, no qual o político disse que a aliança entre Washington e Tel Aviv "foi testada, talvez como nunca antes", em relação à pressão internacional que o Governo israelense está enfrentando sobre o conflito em curso com o Hamas na Faixa de Gaza.
Gordon disse ainda que a rejeição de Tel Aviv ao acordo de cessar-fogo proposto por Biden no final de maio não permitiria que o país judeu obtivesse "uma versão indefinida de uma 'vitória total', mas levaria a um conflito sem fim, drenando os recursos de Israel, contribuindo para seu isolamento global e impedindo que os reféns se reunissem com suas famílias".
A NBC News disse na segunda-feira que Kamala Harris poderia manter a mesma política externa do atual presidente dos EUA, embora pudesse questionar publicamente o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre suas opiniões a respeito da guerra em Gaza, além de expressar simpatia pela situação dos civis no enclave palestino.
A vice-presidente dos EUA é a favorita para ganhar a indicação presidencial democrata após Joe Biden ter anunciado sua saída da disputa no domingo.